Nos últimos dias, andei lendo Tê Rex: Spoillerfobia, da Avec Editora, um quadrinho no formato de tiras que me surpreendeu! E quando digo isso, há de se levar em conta que sou bastante focado e especializado no universo europeu de quadrinhos, paixão que tenho desde a mais tenra infância. Como costumo focar neste tipo de material, sobra muito pouco tempo par ler outro tipo de HQ, embora reconheça o número expressivo de expoentes do cenário nacional da Arte Sequencial. O fato é que produzir um ou dois vídeos por semana, sobre BD, me consome!
Tê Rex foi enviada por Marcel Ibaldo, que escreveu um ótimo roteiro, desenhado por sua filha de apenas 11 anos, Marcelli Ibaldo, responsável pela arte-final e cores. E a menina desenha muito, e bem acima de alguém da sua idade, o que faz com que guarde ainda mais surpresas para o futuro!
Além de ter uma arte afinada, Marcelli possui o privilégio de ter um pai que está cuidando carinhosamente de sua formação intelectual, fazendo com que a garota tenha tomado um profundo gosto pela leitura, assim como a personagem a qual deu vida em 78 páginas de quadrinhos. E você irá reparar que a numeração das páginas acompanha, cada uma, a estampa de algum personagem da história. Muito legal!
Tê Rex é basicamente uma dinossauro nerd que vive num mundo de répteis, assim como ela. Qualquer amante de HQ e séries vai se identificar facilmente com ela, através de seu ódio por spoilers, dificuldade em emprestar quadrinhos e livros, que podem ser danificados por quem não tem cuidado no manuseio desse tipo de material, dificuldade em controlar seu comportamento compulsivo por compras nerds e ansiedade na espera de mangás comprados pela internet. E para completar o quadro, Tê Rex é vítima constante de bullying, por parte daqueles que a acham muito intelectualizada e leitora de gibis insignificantes e infantis. E ela gasta energia para se posicionar e mostrar que não é nada disso!
Nesse curioso mundo, em que os dinossauros dominavam a Terra, há até espaço para uma divertida citação ao filme original de O Paneta dos Macacos, de 1968, que não é absolutamente do tempo de Marcelli. Essa é a vantagem de ter um pai coruja, que viveu esses bons tempos, e que tem a generosidade de passar tudo isso à filha do coração. Assim, essa menina vai longe!
Antes de começar a ler Tê Rex, sugeri que Marcel comprasse alguns quadrinhos europeus para Marcelli, na intenção de que ela crescesse sob influência de todas as vertentes do universo nerd, não ficando apenas tocada pelo mangá e por super-heróis. Diversificar é fundamental! E não é que o Marcel foi na livraria e levou algumas BDs para a filhota? E eu já sei, de antemão, que ela é fã da argentina Mafalda! Que coisa fantástica!
Parabéns aos dois, pelo belo material que tive o prazer de conferir! Abrilhantou minhas viagens pelo metrô do Rio de Janeiro. E obrigado pelas lindas dedicatórias, publicadas abaixo!
Gostaria de ver uma história em álbum desta heroína do jurássico, numa pegada mais aventureira e não apenas representando situações de seu dia a dia!
Por PH!
