Criação holandesa de Martin Lodewijk e Eric Heuvel, January Jones é uma personagem holandesa dos quadrinhos que eu descobri no começo dos anos 2000 e que fiz questão de trazer para o Brasil, a partir do momento em que a sugeri para Artur Vecchi, dono da Avec Editora. Isso aconteceu depois de um belo dia, em Paris, após comprar todos os seis álbuns da coleção, publicados pela belga BD Must. Depois da sugestão, ganhei a tradução de seu primeiro título, Corrida Contra a Morte, HQ que inaugurou a saga de Jones no país.
Só para lembrar, Jones é uma aviadora que vive eletrizantes aventuras nos anos 1930, enquanto se alterna nas funções de piloto de um belíssimo avião Havilland Comet vermelho e espiã do Serviço Secreto Americano. Num verdadeiro clima de Indiana Jones, e desenhada num magnífico estilo Linha Clara de Tintin, January tem tudo para conquistar os leitores nacionais e os órfãos do famoso repórter criado por Hergé.
Aguardamos para breve a publicação no Brasil de seu segundo volume, que eu já traduzi, O Crânio de Mkwawa, uma aventura ligada aos mistérios e aos tesouros do Rei Salomão e que se passa na África e em Paris.
Na oitava aventura de Jones, inédita por aqui, O Último Kaiser, ela está em situação financeira difícil e aceita um convite misterioso para uma missão remunerada na Ásia, em Xangai, feito através de um misterioso telegrama, seguido de um depósito em dinheiro feito em sua conta, como parte do adiantamento pelo trabalho. O único jeito de saber de que se trata o desafio e conhecer seu contratante é viajar para a China, país em que January e Rik acabarão tendo, na verdade, problemas com o exército japonês.
Na continuação dessa história, A Heroína de Hanói, lançada em 2017, correspondendo ao tomo nove da série, enquanto os japoneses mantêm seus planos de construção de uma base secreta em Mandyerije, Jones e Rik ainda estão na China, tentando escapar do exército da Terra do Sol Nascente. Voando mais em direção ao Sul, pois todo o litoral está tomado pela guerra ente China e Japão, eles são ajudados pelos partidários comunistas de Mao Tsé-Tung. Nossos heróis chegam finalmente então à Indochina Francesa, uma federação de três regiões do Vietnã, Tonkin, Annam e Cochinchina, bem como o Camboja, que foi formada em 1887. Nessa região, encontram dois velhos conhecidos. Um deles deverá propor-lhes um meio de sair da Ásia.
Espero, do fundo do coração, que toda a série da personagem seja editada no Brasil. Aliás, sua décima história se passará aqui mesmo, em nosso país. A narrativa será desenvolvida apenas pelo desenhista da série, Eric Heuvel, que assumiu, de um tempo para cá, o comando da franquia. Antes, ela tinha roteiro de Lodewijk.
A Heroína de Hanói, em versão capa dura e em holandês, custa 18,95 euros. A versão em brochura sai a 8,95 euros.
Por PH.