Hoje, compartilho aqui com vocês as minhas impressões sobre o filme VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS, em exibição desde o dia 10 de agosto nos cinemas do Brasil.
O longa de Luc Besson é a primeira transposição para as telonas das aventuras em quadrinhos de Valerian: O Agente Espaço-Temporal, mais tarde, rebatizadas de Valerian e Laureline. A produção é a mais cara do cinema francês em todos o tempos.
Para os cariocas que lembram, Valerian era uma das tiras em quadrinhos que eram publicadas no Jornal O Globo, nos anos 1970 e 1980. Se você não é do Rio de Janeiro, pode ter acompanhado algumas aventuras de Valerian que chegaram ao Brasil, importadas de Portugal, via Meribérica e ASA. Por aqui, oficialmente, nunca tinha havido uma edição sequer em álbum do personagem, até que a SESI-SP começou a lançar belíssimos e luxosos volumes integrais do herói.
Valerian, O Agente Espaço Temporal foi criado em 1967 por Jean-Claude Mézières (desenhos) e Pierre Christin(roteiro), dois amigos franceses de infância que moravam na mesma rua. A colorista da HQ é própria irmã de Mézières, Évelyne Tranlé, cujo crédito por sua atuação só foi começou a ser dado na aventura O Império dos Mil Planetas.
Clássico da ficção científica, Valerian já vendeu mais de 2.500.000 exemplares em todo o mundo, levando o leitor a viajar pelo espaço a bordo da nave dos agentes Valerian e Laureline, que participam das mais variadas e perigosas missões.
A história do filme VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS é originada pela destruição do planeta Mül, um santuário ecológico e deslumbrante do espaço, em que seus esguios, pacíficos e lindos habitantes, os Pearls, viviam harmoniosamente, até que seu lar é completamente destruído por culpa de humanos que travavam uma violenta batalha acima de Mül. Para restaurar seu mundo perdido, eles precisam recuperar um conversor roubado e contarão com a ajuda de Valerian.
Após assistir ao filme no tradicional Cinema Roxy, em Copacabana, dá pra confirmar tudo aquilo que se fala em relação ao fato da saga em quadrinhos de Valerian ter influenciado George Lucas na concepção de Guerra nas Estrelas. Só para começar, basta comparar a nave de nossos heróis com a Millenium Falcon, de Hans Solo. São esteticamente muito parecidas! E não é só isso! Roupas do elenco, principalmente as militares, remetem indubitavelmente a Star Wars.
Falando da relação entre Valerian e Laureline, fica clara a vontade do diretor em introduzir ao universo de Valerian uma companheira que tivesse muito mais personalidade e temperamento firme do que a sua correspondente de papel. A personagem, interpretada pela inglesa Cara Delevingne tem pulso bem mais forte do que o de seu pretendido, vivido pelo americano Dane DeHaan, roubando a maioria das cenas. Ela é a verdadeira heroína do filme, relegando seu amado, muitas vezes, a um incômodo segundo plano.
A maior surpresa de todas do filme fica por conta da cantora Rihanna, que interpreta um ser metamorfo, de nome Bubble, que se transforma no que quiser! Após uma apresentação espetacular de dança, a artista mostra que não sabe apenas cantar e faz uma bela e inesperada atuação em cena, importantíssima para o desenrolar da ação.
E já que falei do fato não esperado em relação a VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS, o filme também proporciona ao espectador algumas piadas divertidas. A melhor delas acontece, quando Valerian dá de cara com uma mulher que se dirige a ele em francês e ele responde que não fala o idioma! Que piada! Logo ele, produto genuinamente Made in France!
Com efeitos especiais que não deixam nada a dever às mais recentes produções de Star Wars, Valerian é um espetáculo visual que agrada aos poucos. As primeiras cenas não empolgam muito, nem ao som da abertura com Space Oddity, de David Bowie, mas aquele que teria tudo para ser um filme chato, logo conquista os espectadores.
Só não enxerguei nesse longa aquela revista em quadrinhos que eu lia na infância! É outro olhar!
Vale a pena assistir!
Por PH.