Humpá-Pá, O Pele-Vermelha, é mais um herói criado pela dupla francesa Albert Uderzo e René Goscinny, de uma lista de outros interessantes personagens que inclui: Luc Junior, Tanguy e Laverdure, Jehan Pistolet, Benjamin e Benjamine e Asterix. Devido ao sucesso do pequeno gaulês na França, a partir de 1959, seus autores passaram a se dedicar apenas a ele.
Este herói selvagem é o tema da minha próxima estátua em Durepox. depois de ter produzido recentemente Chesterfield e Blutch, os Túnicas Azuis. Por enquanto, iniciei meus trabalhos com um arame que serviu de base para as finas pernas do índio e comecei a fazer seus pés, recheados com parafusos para dar firmeza, já que sustentarão o peso do parrudo selvagem, que ficará com pose igual à da foto à esquerda. Apesar de não ter muitas imagens ainda para mostrar, aproveito abaixo para contar um pouco da trajetória de Humpá-pá. No final, confira as fotos que tirei desse início de jornada. Na imagem abaixo, clicada em 1995 numa exposição que organizei na Aliança Francesa, verá que minha paixão pelo personagem é antiga.
Enquanto as aventuras de Asterix se passam em 50 antes de Cristo, mostrando a região da Gália invadida pelos romanos, a saga de Humpa-Pá nos leva a uma época bem posterior. Sua trama se passa nos primórdios da exploração da América do Norte, bem antes do tão popular Faroeste difundido pela indústria cinematográfica de Hollywood, entre os anos 1950 e 1960. Essa América, na qual se desenrolam as aventuras de Humpa-Pá é justamente aquela que sofre com os conflitos entre os colonizadores europeus recém-chegados e os índios que já habitavam a região.
É nesse cenário que um guerreiro Pele-Vermelha da tribo dos Cumekivai conhece o jovem Humberto da Massa Folheada (Humberto Milfolhas no Brasil), oficial do Exército Francês. Juntos, enfrentam vários perigos que incluem, além do próprio branco invasor, a tribo dos Pés-Chatos, inimiga de Humpa-Pá.
Esse simpático e valente indiozinho despontou no cenário dos quadrinhos em 1951 e apesar de ter tido suas aventuras canceladas, possui suas histórias ainda impressas na França, pelas Éditions Albert René, em versão integral. São elas: Humpa-Pá e os Pele-Vermelhas, Humpa-Pá em Pé de Guerra, Humpa-Pá e os Piratas, A Mensagem Secretra, e Humpa-Pá contra Bílis-Cão.
Em terras lusitanas, essa série chegou a ser publicada pela Editorial Íbis e pela Livraria Bertrand, que não trouxeram o quinto e último episódio da série, deixando-a incompleta. O erro iria ser revisado bem mais tarde pela ASA, que editou dois volumes do personagem, mas ficou devendo o terceiro tomo, a incluir Missão Secreta e Humpá-Pá contra Maus-Fígados.
No Brasil, os títulos de Humpa-Pá foram editados pela Bruguera, de forma igualmente incompleta, e pela Editora Record. Em 1987 o editor carioca localizado no bairro de São Cristóvão lançou no país as cinco aventuras avulsas de Humpa-Pá, nos brindando com algumas capas inéditas que nem na França saíram. O papel do miolo dessas edições, assim como o grampo para unir cada uma de suas páginas 32 páginas e a capa mole do álbum não eram exatamente bons atrativos para o leitor, mas a publicação teve seu mérito pela ousadia e por encerrar a narrativa.
E ainda existe um livro integral com todos os episódios de Humpá-Pá em espanhol, apresentando a marca da Salvat, edição que o amigo Giorgio Cappelli guarda com carinho em sua coleção. Outro dia, a vi à venda no Mercado Livre por R$ 190,00. Carinho!
Por PH.