Dia desses, fiz uma matéria sobre alguns manuais da Disney publicados entre 1971 e 1976. Eles foram mania entre a garotada no passado, e chegaram às bancas, pela Abril. Comecei a adquiri-los com seis anos de idade e só parei aos onze. Não comprei todos, parando justamente no Magirama, edição que é tema do artigo. Mesmo com a interrupção, posso dizer que fizeram parte da minha vida e da história de muita gente.
Eram livros bem instrutivas e que ensinavam muitas coisas legais aos pequenos de então. Me recordo que pedia a meus pais para que passassem no jornaleiro e os comprassem para mim. Cada volume recebeu carinhosa dedicatória deles.
Cuidando com carinho de tais publicações, já naqueles saudosos anos 1970, percebi que abrigava um verdadeiro colecionador dentro de mim. O zelo foi tanto, que o material está comigo até hoje e em ótimo estado. Não vendo, não empresto e só mostro para alguém, desde que estejam em minhas mãos. He! He! He! São artigos preciosos, conforme foto abaixo, que mostram que quem escreve este texto zela por seu acervo! Não sou ninguém sem minha memórias! E que me perdoem os que dizem que “quem vive de passado é museu”.
O Magirama, por ter sido o último que adquiri da coleção, é o mais conservado de todos, com estampa apresentando uma certa textura áspera e que se perdeu na nova edição da Abril que chegou na semana passada às bancas. Fora esse detalhe, o trabalho de reedição de todo esse material que a editora vem fazendo é fantástico! São reproduções 95% fiéis aos originais. Gostaria, entretanto, de citar outros poucos pontos desfavoráveis da nova publicação. A gramatura do papel é ligeiramente menor do que na original, deixando o miolo mais fino. Sumiu também a charmosa lombada circular. Ela agora é reta, como nos anteriores! Como falei, é só aí que o novo Magirama peca.
Na capa, há um aviso para que as atividades sugeridas no manual sejam realizadas sob a orientação de um adulto. Como acho que a maioria que vai comprar o livro será formada de marmanjões, a nota perde um pouco do sentido!
Magirama: O Manual das Mágicas saiu em 1975, trazendo tudo sobre truques, jogos, leitura das mãos, sombras chinesas, baralho, horóscopo, sonhos, números da sorte, ilusões de ótica e muito mais. Com 189 páginas, capa dura e formato de 13 x 19,5 cm, trazia o Pato Donald, vestigo de mago em uma estampa vermelha, sendo enfeitiçado pelos seus sobrinhos, os Escoteiros-Mirins.
Essa maravilha teve supervisão de arte do saudoso Jorge Kato, o primeiro brasileiro a desenhar HQs da Disney, tendo sido o responsável pela grande repaginada sofrida pelo Zé Carioca no Brasil.
Foi bom ter conservado esse original da época. Quem guarda, tem!
Por PH.
