A resenha de hoje é de um álbum dos Túnicas Azuis que foi publicado no dia 14 de dezembro em Portugal pela parceria ASA/Público, como o tomo seis da coleção. Apesar de possuir miolo em papel offset, essas edições em capa dura deixam no chinelo a leva de HQs que chegaram a sair no Brasil nos anos 1980 pela Martins Fontes.
Em comum, essas duas tem o fato inconveniente de serem incompletas, já que nem em território nacional, nem em terras lusitanas, os 60 álbuns dos Túnicas Azuis em francês chegaram de fato a ser traduzidos para o nosso idioma.
As BDs portuguesas correspondem à uma seleção de apenas 15 títulos da série criada por Cauvin (texto) e Salvérius (desenhos), em 1967, e continuada pela dupla Cauvin/Lambil a partir de 1972.
Só para lembrar, Os Túnicas Azuis tem como protagonistas o Sargento Cornelius Chesterfield e o Cabo Blutch, dois militares de personalidades completamente opostas, cuja improvável amizade é a chave para o sucesso dessa BD. Suas aventuras se passam na segunda metade do século XIX, durante a Guerra Civil que opôs Yankees (Nortistas) aos Confederados (Sulistas). Realizada em cima de sérias pesquisas históricas, além de engraçada, a franquia faz o leitor dar de cara com personagens reais, como o Presidente Lincoln e o General Lee, entre outros.
Bronco Benny é o tomo 16 de Os Túnicas Azuis, datado de de 1980. Nessa história, os Yankees sofrem com a falta de cavalos para enfrentar os Nortistas, chefiados pelo General Lee. Como as perdas de militares também tem sido grande nas últimas batalhas, enviar homens de um 22º de Cavalaria completamente dizimado para o front seria impensável. Para piorar, não há dinheiro em caixa! Para resolver o impasse, Chesterfield e Blutch são enviados para o Oeste do país com o objetivo de comprar cavalos com o pagamento dos soldados, tomado emprestado provisoriamente por decisão da alta cúpula dos Yankees. Eles vão acompanhados por Bronco Benny, o mais famoso domador de cavalos da época. Depois de enfrentarem índios enfurecidos pela captura do cavalo Traveller e terem a missão secreta revelada por um traidor infiltrado em sua tropa, nossos queridos amigos são capturados pelos Confederados. Apesar do sufoco, terão que dar um jeito de voltar para seu regimento com cavalos em boa forma e que sejam capazes de substituir três mulas, um camelo e um cavalo com problemas cardíacos, as únicas montarias disponibilizadas pelo Estado-Maior. Será que conseguirão ou poderão deixar a situação ainda pior do que já está?
Aí está mais uma hilária e incrivelmente interessante trama dos Túnicas Azuis, páreo a páreo com as melhores narrativas de Lucky Luke. Seu humor ácido e as desavenças irreconciliáveis entre Chesterfileld e Blutch saem em vantagem. Nesse dois contra um, eles levam a melhor!
Em breve, volto com a resenha de O Ouro do Quebeque!
Por PH.