Está na hora de publicar a nossa própria resenha de Motins em Nova Iorque, BD que saiu no último dia 8 de fevereiro em Portugal pela Coleção ASA/Público de Os Túnicas Azuis. Foram no total 15 álbuns que correspondem a uma seleção dos 60 títulos que existem publicados da série.
Antes de partir para sua sinopse, lembro que Os Túnicas Azuis foram criados em 1968 pelo desenhista Louis Salvérius e pelo roteirista Raoul Cauvin, para a revista Spirou. Passaram a ser desenhados por Willy Lambil, depois de 1972, após a morte de Salvérius. Os Túnicas Azuis substituíram Lucky Luke, quando este deixou Spirou com destino ao Jornal Pilote.
Para quem não lembra, essa gloriosa franquia franco-belga dos quadrinhos chegou a ser editada parcialmente no Brasil, entre 1985 e 1986, pela Martins Fontes. Curiosamente, nessa época, não dava muita bola para ela, por considerá-la uma cópia do cowboy criado por Morris. Na verdade, essas duas clássicas bandas desenhadas, pautadas pela história americana, partilham apenas os tempos do Velho Oeste como pano de fundo para suas narrativas. No caso dos Túnicas Azuis, a existência de dois protagonistas de personalidades completamente opostas em suas tramas, elemento que Lucky Luke não possui, faz com que o humor da BD de Lambil e Cauvin seja bem mais eficaz.
As engraçadas aventuras do Sargento Cornélius M. Chesterfield e do Cabo Blutch, no melhor do estilo caricato europeu em quadrinhos, se passam na época da Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão), que opôs o Norte Yankee (azul) aos Sul Confederado (cinza).
Motins em Nova Iorque foi, originalmente, o volume 45 da franquia a ser publicado em francês no ano de 2002 e mostra que as enormes baixas nas tropas Yankees, causadas por importantes vitórias em batalhas que fizeram com que o número de combatentes disponíveis diminuísse drasticamente. Nesse momento, o Presidente Lincoln resolve apelar para uma medida extremamente impopular, que é o alistamento militar obrigatório, para reconstruir suas desfalcadas fileiras. Essa conscrição cria revoltas violentas que acabam por sair completamente de controle. Nova Iorque é um dos lugares nos quais esses motins chegam a níveis perigosos, em que negros, burgueses e soldados sofrem com atos bárbaros.
É justamente para a cidade enfurecida que hoje chamamos de Big Apple que Blutch e Chesterfield são enviados, numa missão suicida que tem o objetivo de supervisionar a captação de novos recrutas. Como não são obviamente bem-vindos por lá, precisam se desvencilhar de seus trajes militares e se misturar ao bando de amotinados controlados pelo irlandês da gema, Patrick Merry, para não serem linchados.
Quadrinho muito bacana, baseado em fatos históricos e que traz muita diversão e informação! Valeria a pena ser editado no Brasil! Graças à minha recente redescoberta dos Túnicas Azuis, decidi criar em Durepox as estátuas de Chesterfield e Blutch. Volto em breve com mais detalhes sobre essa nova empreitada!
Para encerrar, os 15 tomos dessa levada de BDs da ASA/Público são: Os Cavaleiros do Céu, A Prisão de Robertsonville, Os Azuis da Marinha, Os Azuis a Preto e Branco, Rumberley, Bronco Benny, O Frade, O Submarino David, Black Face, O Ouro do Quebeque, A Batalha de Bull Run, A Loucura dos Azuis, O Ouvido de Lincoln, Motins em Nova Iorque e A Recruta dos Azuis. Cada BD foi vendida a 6,95 euros.
Por PH.