Nessa matéria, falo sobre um quadrinho que chegou a ter quatro números publicados no Brasil pela Ediouro em 2005. É uma HQ de autoria de Olivier Vatini (desenho) e Thierry Cailleteau (roteiro).
O primeiro tomo dessa série da Délcourt saiu na verdade em 1988, assinado por seus criadores originais. O quadrinho possui, atualmente, traço e cores de Reno e argumento de Régis Hautière.
Aquablue recebeu o prêmio de Melhor BD para a Juventude, na categoria entre 9 a 12 anos, no Festival de Angoulême de 1989, feito anunciado com orgulho na capa do número 4 da versão nacional da revista.
Com temática bem ecológica e críticas ao colonialismo e imperialismo, a coleção já foi traduzida para o alemão, inglês e, parcialmente, para o nosso idioma.
Aquablue tem como tema central o personagem Wilfried Morgenstern, conhecido como Nao, herdeiro do grupo industrial Morgenstern, fato que ele só descobrirá mais tarde, quando retornar à Terra. Único sobrevivente de um acidente com uma nave, o órfão aterrissa em um mundo desconhecido. Trata-se de Aquablue, O Planeta-Oceano, coberto quase totalmente por água. A princípio, Nao vive apenas com uma robô babá como companhia. Depois, é adotado por seres humanoides de pele azul que o consideram um mensageiro dos deuses, permitem que seja criado entre eles e o educam. É impossível não lembrar de AVATAR, ao vermos essas criaturas! Mesmo não possuindo as adaptações evolucionárias estratégicas de seus amigos, Nao acaba adquirindo grande intimidade com os mares, tornando-se capaz de enfrentar, à altura, as bestas que habitam as profundezas de Aquablue. Mas essa vida bacana e feliz de Nao entre aqueles que o acolheram será tumultuada pela chegada de terrestres, pertencentes à destrutiva e irresponsável TEXEC, que desejam construir um complexo industrial que pode levar a consequências climáticas desastrosas e desencadear uma era glacial no planeta.
Por incrível que pareça, estou travando o primeiro contato com essa epopeia aquática. No tomo 4, Coral Negro, os Rebeldes, agora armados, já sonham com a vitória. Eles ignoram, entretanto, que sua situação nunca foi tão delicada, já que a TEXEC chamou a LEGIÃO, o mais poderoso exército terreno, para ajudá-los. Esse violento comando desembarca em Aquablue com o objetivo de massacrar todos os seus habitantes e qualquer um que se coloque em seu caminho. A salvação do povo azulado, amigo de Nao, poderá vir talvez do fundo dos oceanos, onde lendas ancestrais ganham vida na escuridão, numa trama que faz críticas à escravidão e a utilização da ciência com fins duvidosos. Coral Negro saiu em 1993 pela Coleção Conquistador. Depois dessa HQ, o desenho passou para as mãos de Ciro Tota, artista nascido em 1954 na Itália. Não confundir com Siro (Stéphene Siro) que o sucedeu a partir do tomo 10, em 2004.
Torço para que retorne um dia a nosso mercado editorial e que seja editada com mais primor, indo parar nas livrarias! Nada de regressar como quadrinho de banca!
Por PH.
