Aya de Yopougon é uma série francesa de HQs que totaliza seis volumes editados pela Gallimard. No Brasil, infelizmente, só tivemos duas edições traduzidas para o português, publicadas pela L&PM Editores, e nenhuma informação sobre sua continuação, o que leva a crer que foi definitivamente cancelada.
Seu não prosseguimento no país é uma pena, já que Aya é um dos mais ricos quadrinhos já surgidos no Velho Continente, nos últimos tempos. A franquia vendeu mais de 500.00 exemplares, até agora, se tornando um fenômeno.
Sua trama se passa na África, em Yop City, nome popular do bairro de Yopougon. Esse curioso lugar fica em Abidjan, Costa do Marfim, onde seus habitantes são animados, adoram festas, escutam hits dançantes da época, como D.I.S.C.O., do grupo OTAWAN, e falam francês. Lembro que o país já foi colônia da França, ganhando sua independência total, a partir de 1960.
No enredo da HQ, três jovens amigas, Aya, Bintou e Adjoua, vivem suas vidas, divididas entre saídas noturnas e namoros, até que uma delas fica grávida. Tudo isso se desenrola nos anos 1970, época em que sua autora, a africana Marguerite Abouet, era uma menina que morava no local, a exemplo das garotas que descreve.
Para retratar Aya, com fidelidade, Marguerite optou pelo desenhista Clément Oubrerie, ilustrador de obras juvenis e dono de um estúdio de animação. Os dois dirigiram uma animação inspirada na HQ, lançada em julho de 2013 na Europa.
Recentemente, a primeira publicação de Aya, ganhou em 2015 uma nova estampa para comemorar os dez anos da franquia, mostrada abaixo com ilustração predominante em tom mostarda. Além disso, entre outubro de 2015 e novembro de 2016, chegaram novos integrais dessa belíssima saga africana em quadrinhos, vendidos a 37 euros cada. O volume 1 dessa nova coleção tem 368 páginas e contem os números 1, 2 e 3 da HQ, enquanto o tomo 2, de 360 páginas, inclui os episódios 4, 5 e 6 de Aya de Yopougon.
A coletânea de Aya desembarcou num momento em que algumas de suas HQs originais já não eram mais encontradas com facilidade nas livrarias europeias, o que mostra que esses personagens com forte personalidade alcançaram de fato um grande sucesso no mercado editorial franco-belga. E por aqui, nada! Eu comprei todas, importadas, e pretendo realizar um Papo Franco-Belga sobre elas e outros feitos de Abouet.
Marguerite, igualmente autora de Bienvenue e Akissi, foi uma ilustres das convidadas do FIQ mineiro em 2015!
Por PH.