Um espetacular lançamento em quadrinhos surpreendeu os amigos portugueses em 2016! É que a mítica série em quadrinhos dos Túnicas Azuis voltou a sair em terras lusitanas pela parceria ASA/PÚBLICO.
De autoria inicial de Raoul Cauvin (roteiro) e Louis Salvérius (arte), a franquia surgida em 1968 passou a ser desenha no ano de 1972 por Will Lambil, após a morte de Salvérius. O quadrinho chegou a ser editado parcialmente no Brasil pela Martins Fontes, durante a década de 1980.
Muito querida pelo público leitor franco-belga, é geralmente associada a Lucky Luke pelo visual caricato semelhante e época em que se desenrola a história do cowboy que atira mais rápido do que sua sombra, a segunda metade do século XIX. Foram justamente Os Túnicas Azuis que substituíram Lucky Luke, quando o personagem criado por Morris em 1946 deixou a Dupuis e a revista Spirou no final dos anos 1960, indo para a Dargaud e a Revista Pilote.
O tema dessa BD tem a ver com a Guerra Civil Americana, embora no começo dessa BD extremamente documentada, os índios fossem mais solicicitados nos argumentos. Aos poucos, as tramas passaram a se concentraram no conflito entre Yankees, de uniforme azul, e Conferderados, vestidos em trajes cinzentos.
Seus protagonistas são o Sargento Cornelius Chesterfield e o Cabo Blutch, dois militares de personalidade completamente diferente. Enquanto Chesterfield é um soldado leal e cumpridor do dever, Blutch detesta estar no exército e só pensa em desertar. É nessas diferenças irreconciliáveis em que se apoia a série, fazendo com que o antagonismo entre os dois crie momentos hilários.
Foi no dia 9 de novembro de 2016 que a coleção começou a chegar às bancas, juntamente com o Jornal Público ao preço unitário de 6,95€, através de títulos selecionados entre seus 60 álbuns oficiais: Os Cavaleiros do Céu, A Prisão de Robertsonville, Os Azuis da Marinha, Os Azuis a Preto e Branco, Rumberley, Bronco Benny, O Frade, O Submarino David, Black Face, O Ouro do Quebeque, A Batalha de Bull Run, A Loucura dos Azuis, O Ouvido de Lincoln, Motins em Nova Iorque e A Recruta dos Azuis.
A coleção se encerrou em 15 de fevereiro de 2017, mas estamos ainda a ler e a fazer a resenha de cada HQ, enquanto a Coleção ASA/PÚBLICO edita atualmente Airbone 44.
Publicada em 23 de novembro, o terceiro tomo dessa levada recente de Os Túnicas Azuis foi Os Azuis da Marinha, uma história de 1975, de autoria de Willy Lambil e Raoul Cauvin, correspondendo ao sétimo volume em francês e já tendo saído em Portugal pela Edinter.
Essa história tem como pano de fundo a real Batalha Naval de Hampton Roads, ocorrida entre 8 e 9 de novembro de 1862, na Virgínia, e acontece em meio à rejeição de Blutch e Chersterfield por parte de vários regimentos pelos quais atuam. Como tudo dá errado nas ações das quais participam, acabam por ser expulsos do 22º de Cavalaria, passam pela Infantaria, Artilharia e atuam como carregadores de macas no resgate de recrutas feridos, para finalmente serem enviados para a Marinha. Antes de chegarem aos mares, não é incomum, vermos Blutch se fingir de morto em várias ocasiões para escapar à morte em combate.
Depois de correrem perigo em navios de madeira que invariavelmente naufragam quando a dupla faz parte de suas tripulações, nossos atrapalhados amigos integrarão a equipe do metálico Monitor, o único capaz de enfrentar o terrível e destrutivo Merrimac, encouraçado Conferederado que vem dizimando a antiquada frota Yankee em ataques violentos e infalíveis. Será que o Monitor sobreviverá à presença de Blutch e Chesterfield em seus porões? Regressarão ao 22º de Cavalaria?
Aí está mais uma leitura bacana, aprovada pelo Tujavu!
Por PH.