Quadrinhos

Conheça TRENT, um dos primeiros quadrinhos do brasileiro LEO a fazer sucesso na Europa, em parceria com o roteirista Rodolphe

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Escrito por PH

Untitled-1Num clima de vale a pena ler de novo, republico matéria sobre uma das primeira franquias em quadrinhos do brasileiro Leo a ficar conhecida na Europa, enquanto vou produzindo a próxima edição do Papo Franco-Belga. Como imagino que muitos não leram ainda, acho que o artigo esteja voltando num momento oportuno. Trata-se de uma era na qual os quadrinhos no Brasil conhecem uma fase única de expansão, apesar da forte crise que vivemos.

Nessa HQ, o Sargento Philipp Trent é um policial da Royale, Real Polícia Montada do Canadá, e tem suas aventuras se passando no começo do século XX. Nosso herói optou por uma vida de arriscadas missões solitárias, pelo vasto território canadense, após ter sido abandonado por Janet, a antiga esposa, figura do passado que ele parece não esquecer.

Na primeira história de TrentL’Homme Mort, sua missão é a de prender um criminoso procurado pela justiça, por ter assassinato um homem. Em busca do bandido, o policial vaga em meio à neve, nas proximidades do Lago Groggan, desejando encontrar um abrigo antes que congele de frio. Por sorte, acha uma cabana abandonada para passar a noite, ao lado de seu cachorro. Durante a noite, enquanto tenta descansar, ouve o barulho de lobos e de um tiro. Sua função de representante da lei o faz sair imediatamente, com o objetivo de tentar evitar que alguém vire comida de uma alcateia. Para sua surpresa, é a linda Agnés Saint-Yves, ao lado de um trenó puxado por cães, que está cercada por famintas bestas. Ela tenta se defender, portando apenas uma arma que só tem mais uma bala. Felizmente, Trent consegue espantar os animais e salvar a loura. Já em segurança, ela lhe conta que está procurando pelo meio irmão, André, que partiu para aquela região, em busca de ouro. Implorando por ajuda, Agnés pede ao tira que a ajude nessa cruzada, mesmo que ele tenha que se desviar por algum tempo de sua jornada inicial. Os dois partem então à caça do desaparecido, sem saber que o destino lhes reserva uma estranha surpresa que poderá aproximá-los ou afastá-los.

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Lançado em 1991 pela Dargaud, com roteiro de Rodolphe e arte de Leo, o álbum de partida de Trent não é exatamente um Western, mas tem um certo clima de Faroeste, com a presença de índios norte-americanos, pequenas cidades com saloon, brigas e xerife. Além disso, há um lado misterioso e sobrenatural na história, já que Trent é atormentado por estranhos sonhos místicos que se confundem com a realidade.

Leo é o pseudônimo pelo qual o engenheiro e publicitário brasileiro Luiz Eduardo de Oliveira ficou conhecido no Velho Continente. Desde 1981, vivendo na França, optou por ganhar o pão de cada dia com quadrinhos. Depois de colaborar com algumas revistas francesas, atraiu a atenção do roteirista Rodolphe, com o qual produziu oito volumes para a série Trent. No Brasil, Leo chegou a ser publicado pela Panini, em 2006, através de Os Mundos de Aldebaran, saga de ficção científica que foi descontinuada pelo editor. Além disso, participou de Kenya, Dexter London, Terres Lointaines, Mermaid Project, Survivants, Centaurus e de outras mais. Leo é atualmente um dos artistas de HQs mais famosos da França.

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Já não está na hora de alguma editora brasileira prestar mais atenção a esse nosso talento que só encontrou reconhecimento no exterior?

O álbum utilizado como referência para a realização dessa matéria foi comprado há muitos anos na Livraria Francesa, em São Paulo, na Rua Barão de Itapetininga, conforme foto abaixo. A leitura das 48 páginas dessa edição de Trent foi feita em duas viagens pelo metrô carioca. Por um mundo com menos carros nas ruas!

Quadrinho é cultura! Divulgue isso!

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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