As Sete Bolas de Cristal é uma de minhas aventuras preferidas de Tintin, publicada originalmente em 1948.
Recentemente, desencavei a sua versão em italiano que possui a marca da italiana Gandus Editore, de Genova. A princípio, não consegui saber a data exata de sua edição, mas dando uma olhada na página muito comum em álbuns de Tintin, aquela que mostra os editores do personagem em todo mundo, deu para ver que se refere à brasileira Flamboyant e à portuguesa Aster, duas antigas empresas que publicavam Tintin em português, muito antes da Record, Verbo e ASA. Por esse indício, imaginei que fosse dos anos 1960. Logo depois, através de um busca na internet, descobri que o quadrinho era datado de 1967 ou de 1968.
A capa e contracapa da HQ tem tipologia de letras completamente diferente da que é encontrada nos álbuns em francês de Tintin, o que já dá uma certa diferenciada nesse exemplar com miolo em papel jornal e capa em brochura. Impressões primorosas nunca foram um ponto forte do mercado editorial italiano.
Quanto ao idioma, o italiano é extremamente fácil de ser lido para quem possui intimidade com línguas latinas. E nós falamos português! Se você domina pelo menos o espanhol, não encontrará dificuldades para acompanhar o texto. Quem lê o francês, terá ainda mais facilidade para conferir esse charmoso Tintin. Na verdade, é só uma questão de se esforçar um pouco e não desistir na primeira página! Aos poucos, tudo começa a fazer sentido! Persevere e aumente os seus horizontes linguísticos, além do inglês!
E só para lembrar, na trama dessa edição, uma misteriosa doença ataca os integrantes de uma expedição arqueológica que retorna do Peru, após descobrir a tumba do inca Rascar Capac. Enquanto cada um deles entra estado de sono profundo, misteriosos pedaços de cristal são achados perto de seus leitos. Rumores de uma maldição milenar inca dirigida a profanadores de túmulos se espalham, no momento em que Tintin, Haddock e Girassol decidem visitar o Professor Hipólito Bergamotte, o último membro do grupo a não ser ainda vitimado pelo mal que abateu os outros cientistas. Em sua casa, se encontra a múmia de Rascar Capac, relíquia que não ficará muito tempo por lá. O corpo sem vida e preservado do rei andino desaparece, como que por encanto, assim que um relâmpago entra pela chaminé da casa e a atinge. No dia seguinte, Bergamotte é encontrado dormindo profundamente, da mesma forma que seus companheiros de viagem, com os mesmos estilhaços de cristal ao pé de sua cama.
E aí está um caso cheio de suspense para ser desvendado por Tintin. A continuação dessa aventura sairia em 1949, intitulada, O Templo do Sol.
Por PH.
