Uma incrível saga em quadrinhos, que acompanho há muito tempo, ganhará um novo título em 2017. Não é uma série qualquer! Graças a sua qualidade de arte e argumento e a seu belíssimo estilo Linha Clara, ela tem conseguido uma boa quantidade de fãs ao redor do mundo, já tendo sido editada em várias línguas, inclusive o francês.
Estou falando de January Jones, criação de 1986 dos holandeses Martin Lodewijk (roteiro) e Eric Heuvel (desenhos). Trata-se de uma aviadora que vive eletrizantes histórias nos anos 1930, enquanto se alterna nas funções de piloto de um belíssimo avião De Havilland Comet vermelho e espiã do serviço secreto americano. Acompanhada pelo seu mecânico Rik e chefiada pelo misterioso agente X1, Jones desbarata complôs de envergadura internacional, enfrentando nazistas e todo o tipo de ameaças.
Num verdadeiro clima de Tintin e Indiana Jones, essa heroína à moda antiga resgata o mais puro sentido da palavra “aventura”. É como reviver em suas BDs, emoções de filmes clássicos como A Corrida do Século, Esses Homens Maravilhosos e suas Máquinas Voadoras, Os Perigos de Paulina, Os Caçadores da Arca Perdida e muitos outros longas épicos do cinema americano que já foram exibidos na Sessão da Tarde no passado.
Corrida contra a Morte, o primeiro volume da coleção pela AVEC EDITORA, marcou a minha entrada no ramo de tradução de HQs. Tive meu primeiro contato com essa história, através de um exemplar em francês que foi publicado pelo selo Milan.
Na verdade, descobri January Jones um pouco antes no sebo Beringela, no Centro do Rio de Janeiro nos anos 2000, quando encontrei O Crânio de Mkwawa à venda na loja em sua versão publicada pelas Edições Glénat. Depois disso, em viagem a Paris, consegui mais cinco álbuns belgas de January em francês com a marca da BD Must e não parei mais de acompanhar suas peripécias mirabolantes pelo planeta afora. Recentemente, obtive mais dois novos exemplares em holandês da série, autografados e enviados pelo próprio Eric Heuvel.
E é justamente esse tomo, O Crânio de Mkwawa, que chegará ao Brasil em 2017, novamente com a minha tradução. Os trabalhos já estão bastante adiantados e logo pretendo entregar o texto à AVEC.
Sem adiantar muito, seu argumento se passa logo após o Rally de Monte Carlo, do qual nossa heroína participou em Corrida Contra a Morte. A bordo de sua aeronave, Jones deixa Mônaco e vai para Paris. Lá, se meterá em uma emocionante trama que tem origens na África, quando o crânio do Sultão de Mkwawa é tomado pelos alemães como troféu de guerra. Tempos depois, o estranho objeto vira objeto de cobiça, quando se descobre que pode ser a chave para encontrar o mítico Tesouro do Rei Salomão, sábia figura da antiguidade, filho do Rei Davi e terceiro Rei de Israel. Ele teria sido o homem mais rico que já viveu sobre a Terra. Ficou igualmente conhecido por seu harém fabuloso, envolvimento amoroso com a Rainha de Sabá e pelas suas famosas minas.
Por essa breve sinopse, já dá para imaginar o que vem por aí em mais uma intrépida missão de January Jones, que a levará às sombrias Catacumbas de Paris, como mostram as duas capa do quadrinho já editadas. A brasileira poderá ser a segunda, embora não possa ainda confirmar essa informação.
Encerrando o artigo, chamo atenção para uma característica única das edições brasileiras da personagem. São as inúmeras explicações sobre fatos históricos e curiosidades que estão presentes em suas histórias e que poderão ser vistas em rodapés espalhados por suas páginas. Foi uma decisão que tomei, para que todos possam entender o conteúdo instrutivo dessa banda desenhada, sem ter a leitura interrompida a todo momento com pesquisas na internet. Ninguém tem obrigação de saber tudo!
Não perca, em breve, mais detalhes sobre O Crânio de Mkwawa.
Até lá!
