O Homem-Pássaro, tomo 27 das aventuras de Lefranc, traz uma incrível aventura na Ilha de Páscoa

A nova aventura de Lefranc deveria ser chamada de La Nuit de L’Homme-Oiseau, mas acabou mesmo com o título de L’Homme-Oiseau. A HQ corresponde ao volume 27 da série criada pelo saudoso Jacques Martin e chega em seguida à aventura Missão Antártica, de François Corteggiani e Christophe Alvès, já tema de post no Tujaviu.

Desta vez, o roteiro ficou a cargo de Roger Seiter, com cores de Bruno Wesel. Os desenhos tem a marca do competente e inconfundível Régric, um artista que tem se destacado nos últimos tempos por diversos quadrinhos produzidos em estilo Linha Clara. Um de seus projetos, inclusive, é o de retomar a série Barelli, de Bob de Moor.

O trabalho de Régric que eu mais havia gostado nos últimos tempos tinha sido Été Indien Pour La Mini, da Paquet. Isso foi antes de ler este L’Homme-Oiseau.

A trama da aventura se passa em 1959. Lefranc participa de uma missão na chilena Ilha de Páscoa, situada na Polinésia Oriental, ao sul do Oceano Pacífico. O lugar, há muito tempo, desafia a imaginação humana por causa de seus mistérios. O grupo tem autorizações do governo chileno e pretende explorar a área para tentar desvendar o segredo dos Moais, estátuas gigantescas de pedra que estão espalhadas pelo território de Páscoa, aparentemente construídas pelo povo Rapanui.

Infelizmente, o ambiente em Páscoa não é muito propenso à presença e uma equipe de cientistas que procure por objetos antigos em sítios considerados sagrados pelos seus habitantes. É neste ambiente pouco acolhedor em que o corpo de um adolescente é encontrado morto pelo barco dos pesquisadores estrangeiros, com a garganta cortada, boiando no mar. Lefranc faz o resgate do jovem nativo nas águas geladas do Pacífico, sem saber que isso vai trazer inúmeros problemas para a expedição.

Além disso, um objeto não identificado vindo do céu cai na ilha, despertando ainda mais a apreensão dos moradores do local. Eles acham que isto é um sinal do Homem-Pássaro, também conhecido como o Deus Make Make. Lefranc suspeita que seu arqui-inimigo Axel Borg possa estar por trás de parte dos acontecimentos. O vilão circula em um barco, ao largo da ilha, ao mesmo tempo em que um submarino russo também espreita as águas das redondezas. Uma crise internacional pode estar prestes a ser detonada!

A narrativa é cativante, cheia de aventura e de mistérios, possuindo final surpreendente! É o tipo de quadrinho que não se faz no Brasil e que eu leio sem interrupções. Tem um pouco de Indiana Jones, de Ric Hochet e de Tintin. Por falar no repórter criado por Hergé, há uma cena na história que lembra bastante o que se vê no álbum Rumo à Lua, de Tintin, conforme dá para ver na imagem abaixo.

Apesar do estilo de Régric seguir incontestavelmente o padrão do mestre Jacques Martin, acho que ele deu uma flertada com Tintin neste quadro. O que acham?