Contando com 35 álbuns lançados na Europa, um volume fora de série e diversos integrais, a série Barba Ruiva é mais uma daquelas injustiçadas franquias da banda desenhada que nunca tiveram edições no Brasil.
Se não fosse por duas HQs da Editorial Íbis, de 1969, O Demônio das Caraíbas e O Rei dos Sete Mares, e uma outra da Meribérica, em 1982, intitulada Desafio ao Rei, eu nunca poderia ter lido nada do personagem em português. Todas as três tem origem lusitana.
A saga do Barba Ruiva surgiu em 1959, idealizada pelo roteirista Jean-Michel Charlier e pelo desenhista Victor Hubinon. De cara, foi parar nas páginas da revista Pilote e ganhou quadrinhos em capa dura que faziam parte da Coleção Pilote.
Situada no século XIII, e recheada de fatos e personagens históricos, a narrativa conta as aventuras do pirata Barba Ruiva, também conhecido como O Demônio das Caraíbas, título que deu nome à aventura de largada do marujo. Seu navio se chama Falcão Negro e é com ele que este bandido dos oceanos promove o terror entre os navegadores da época.
Por ocasião de uma abordagem em que o Falcão Negro pilha um outro barco, toda a tripulação desta embarcação é dizimada, à exceção de um bebê que Barba Ruiva adota como filho. O garoto, batizado de Eric, cresce sem admirar muito o lado vilão de seu pai e resiste a ser convertido em pirata. Para evitar uma ruptura familiar, Barba acaba bancando o “herói” para agradar ao rebento, trabalhando esporadicamente para o Rei da França, ajudando-o a lutar contra seus inimigos espanhóis e ingleses.
Por curiosidade, Barba Ruiva e sua tripulação inspiraram a dupla Goscinny e Uderzo a criar os engraçados piratas de Asterix. A paródia fez sua primeira aparição no quarto álbum dos gauleses, Asterix Gladiador. Este divertido pirata pastiche, embora seja a cara do personagem de Charlier e Hubinon, nunca foi chamado de Barba Ruiva por Asterix e seus amigos.
Após a morte de seus autores originais, a série foi continuada por outros artistas que se ocuparam da arte e texto de Barba Ruiva, entre eles, Jijé e seu filho Laurent Gillain.
Por PH.
Que interessante.Eu confesso que nunca ouvi falar.