Bob Morane não nasceu exatamente como protagonista de HQ. Ele foi criado em 1953 pelo escritor Henri Vernes para a coleção de livros Marabout Junior, publicada por André Gérard.
Bob é um atlético militar francês, politécnico, poliglota, aviador e engenheiro que aparenta ter sempre 33 anos, enquanto seu parceiro de aventuras é o escocês Bill Ballantine, pertencente ao Clã dos McGuiliguidy.
Os dois realizam exóticas viagens pelo mundo, à procura de aventuras recheadas de espionagem, ficção científica e muita ação.
O personagem não é desconhecido pelos amigos portugueses. Em seu país, duas histórias de Bob Morane saíram pela Editorial Íbis em 1970: O Segredo dos Sete Templos e A Espada do Paladino.
Dia desses, desencavei uma aventura da série, intitulada Le Secret de L’Antarctique, que teve sua primeira publicação, entre 1959 e 1960, na revista Femmes d’Aujourd’hui. A edição que conferi é de 1989 e saiu numa parceria entre o editor Claude Lefrancq e Dargaud.
Nesta narrativa, Bob e Bill contam com o apoio operacional da base americana de Little America, em plena Antártica, para procurar uma cidade de gelo perdida, lugar que o Professeur Clairembart jura existir. Depois de fazer um pouso forçado na neve, perseguido por misteriosos jatos, o trio parte para realizar sua missão. O grupo acaba descobrindo um santuário preservado e escondido por vapores, rico em uma fauna e fllora anti-diluvianas. Seres estranhos que parecem alienígenas esverdeados, dinossauros extintos e dois grupos de humanos rivais são os habitantes deste Éden em plena Terra. Como este mundo preservado surgido ali? O que pretendem nossos semelhantes que o habitam? Tratarão nossos heróis como amigos ou inimigos?
O traço de Dino Attanasio, originário de Milão, na Itália, lembra bastante o de Albert Weinberg, criador de Dan Copper, se levarmos em conta as primeiras HQs do piloto canadense. Esses antigos desenhos do artista italiano também flertam ligeiramente com o estilo encontrado em Blake e Mortimer, de E. P. Jacobs.
Esta série, com a marca de Attanasio, é na minha opinião, bem melhor do que aquelas que vieram depois, com arte de Gérald Forton, William Vance e Coria.
Aprovado!
Por PH.
Que espetáculo.Parabéns.