Condor é uma série em estilo Ligne Claire que estreou na França, em 1978, na revista Charlie Mensuel. Os autores desta saga são Jean-Pierre Autheman, responsável pelo texto, e Dominique Rousseau, encarregado dos desenhos. Sua aparição em álbum se deu em 1984, em L’Otage, álbum que saiu em Portugal no ano de 1988 pela Meribérica. Os leitores lusitanos ainda conheceram o tomo dois, intitulado Alerta em África, publicado pelo mesmo editor. O clima deste quadrinho nos remete às aventuras de Bernard Prince, de Hermann. A exemplo do Cormoran , barco de Prince, o navio Moéna leva os personagens desta BD para vários lugares do mundo.
Na trama do quadrinho, o principal herói é Condor, um marujo que ajuda a transportar todo tipo de mercadorias, algumas de origem duvidosa. Trata-se de um personagem meio controverso das HQs. Beberrão por natureza, ele passa parte de suas histórias enebriado, num estilo que lembra o do Capitão Haddock. A alcunha do herói não foi escolhida à toa, já que ele tem um nariz grande e que lembra o bico da ave Condor.
Um dos amigos de Condor é cozinheiro chinês Yango, oriental que adora a cidade de Marsellha, destino para o qual sempre vai. É neste lugar que Condor conhecerá o Inspetor Marius Casanova, homem da lei que o ajudará em sua luta contra diversos tipos de bandidos. Casanova, inclusive, tem o traço da face inspirado no do ator Humprey Bogart, que ficou famoso pelo filme Casablanca, de 1942. Inspirado é pouco! Marius Casanova é exatamente igual a Bogart.
Em O Refém, de 1984, O Condor recebe uma mensagem, por telex, que o avisa que na próxima missão do Moéna, ele será substituído por um novo capitão, conhecido como Charles. Além disso, haverá um misterioso passageiro entre a tripulação, um cowboy que mais tarde se revelará ser uma repórter que deverá fazer um reconhecimento da Guiana e que adora fazer topless. Ela trabalharia para um canal de TV americano, que pretende fazer um folhetim, intitulado O Tesouro dos Piratas. Não é apenas esta mulher que se mostra diferente do imaginado. Charles também não é exatamente quem parece ser. Ele é na verdade, Braço de Velha, um enviado da companhia que tem o objetivo de resgatar Julie Van Hole, a filha do chefe da empresa que foi sequestrada há seis meses pelo rebelde Ramon Suelo. Eles deverão partir com destino a Paramaribo, no Suriname, de onde alcançarão Mano-Nègro, local de cativeiro da jovem. Recheada de belas paisagens nas selvas da América do Sul, O Refém é aventura21 do começo ao fim.
No segundo número da série, Alerta em África (1985), também editado pela Meribérica, um assassinato dá início à trama. A vítima é Carol Varna, um músico que toca violinos em bares de Frankfurt e que estava sendo vigiado por homens do serviço secreto francês. Estes espiões acabam sendo testemunhas de um crime que tira a vida de Varna. Com ele, é achada uma fita de vídeo pornô que contém uma mensagem codificada, anunciando a existência de um documento secreto sobre o presidente M’Bao. O homem em questão é dirigente de Luana, um país do Golfo da Guiné que tem estreitas e suspeitas relações com a França e que estaria usando energia nuclear para fins não pacíficos. Chantageado, Condor deverá buscar todas as informações sobre o tirano e repassá-las a Braço de Velha. A investigação também poderá levá-lo à cantora Rosa Strum, misteriosa figura que teria ligação com terroristas. Com um mandato de prisão expedido contra ele, Condor terá que fazer o serviço ou retornará à prisão. De traço ainda mais Ligne Claire do que o encontrado em O Refém, Alerta em África apresentará a bela nudez de uma morena que irá perturbar o juízo de nosso herói em alto mar.
Em breve, escreverei a resenha de mais dois volumes de Condor que estão guardados no meu acervo: L’Empire du Pacifique (1987), Le Testament de Marius Casanova (1990). Infelizmente, não possuo o restante da coleção: Operette Marseillaise (1993) e Le Rendez Vouz de Yu Moon (1997). Quem sabe, um dia, acho estas raridades? Torçam por mim.
Por PH.
Até lá!
Por PH.
Obrigada pela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o acervo do site.