As aventuras de Tanguy e Laverdure é uma série em quadrinhos criada pelo roteirista Jean-Michel Charlier e pelo desenhista Uderzo. Esta saga das HQs começou a ser publicada. em 1959, na revista Pilote. Em seguida, a partir de 1961, estreou em álbuns que até hoje são editados com traço e texto de outros artistas, já que Uderzo passou a se dedicar exclusivamente a Asterix, enquanto Charlier falecia em 1989. O consagrado desenhista Jijé foi um dos desenhistas que, nos anos 1970, continuou a epopeia destes verdadeiros ases da aviação militar.
A HQ nunca foi editada no Brasil e os poucos que a conheceram foram aqueles que tiveram contato com as edições portuguesas das extintas Editorial Íbis e Meribérica. O conquistador Michel Tanguy e o hilário Ernest Laverdure são dois amigos inseparáveis e com personalidades completamente diferentes. Tanguy é sério e compenetrado, enquanto Laverdure é descontraído e atrapalhado. Os dois são membros da Força Aérea Francesa e pilotam aviões do tipo Mirage, que os conduzem ao longo de emocionantes e perigosas missões.
Em 2005 As Aventuras de Tanguy e Laverdure chegaram às telas dos cinemas, através do filme Cavaleiros do Ar, lançado no Brasil. Antes um pouco, em 1967, houve uma versão produzida para a televisão e que se chamou Les Chevaliers du ciel. Esta série da TV francesa teve um total de 39 episódios, divididos em duas temporadas, uma preto e branco e outra colorida, nunca exibidas no país. O ator Jacques Santi interpretou Michel Tanguy e Christian Marin ficou com o papel de Laverdure. Quem já leu a HQ e viu o programa de TV, sabe que a caracterização dos atores neste seriado atingiu a perfeição. Eles ficaram iguais aos seus correspondentes do papel.
A série voltou em 2002, realizada por Jean-Claude Laidin (arte) e Yvan Fernandez (texto), este último, substituído por Renaud Garreta, em 2005. No final de 2012, a parceria Laidin/Fernandez retornou às livrarias. Foi deles, a autoria de Le Vol 501 ne répond plus (O Voo 501 não responde mais). Logo após, em dezembro de 2015, saiu Tanguy et Laverdure – Les nouvelles aventures Tome 4 : Taïaut sur Bandit, de Toublanc e Laidin.
Agora, a franquia fará seu retorno no dia 15 de abril de 2016 em mais uma incrível trama aérea, em uma nova coleção: As Aventuras Clássicas de Tanguy e Laverdure. Menace sur Mirage F1 é o nome da novidade, que terá a mão do desenhista Matthieu Durand. O artista deixou tudo num visual bem próximo do original. O argumento da BD, adaptado por Patrice Buendia, foi baseado no único livro existente sobre Tanguy e Laverdure, intitulado L’avion qui tuait ses pilotes, de autoria Jean-Michel Charlier.
A narrativa de Menace sur Mirage F1 se passa em 1971. Tanguy e Laverdure recebem quatro pilotos estrangeiros na base de Istres para uma série de testes. Há muitos aspectos militares e econômicos envolvidos nesses procedimentos. Trata-se de uma operação que poderá facilitar a venda do Mirage F1 para Itália, Alemanha, África do Sul e até mesmo para os Estados Unidos. Além de encararem a desconfiança de alguns pilotos reticentes, nosso heróis voadores terão que lidar ainda com uma série de estranhos acidentes que acontecem ao longo das avaliações. A aventura terá duas partes.
O quadrinho possui a marca de Dargaud/BD Zephyr, preço de 14,00 €, capa dura, formato de 24,3 x 32 cm e 46 páginas. Há ainda uma opção desta maravilha, em preto e branco, por 50,00 €. Pela foto abaixo, parece que Papai Uderzo aprovou o projeto.
Veja também o vídeo em que se conta como surgiu esta banda desenhada. Reparem que o filmete foi gravado na casa de Uderzo e que Buendia e Durand apresentam sua arte, vestidos como Tanguy e Laverdure. Enquanto, Durand fala de seu processo de trabalho e confessa que é uma honra, poder mostrar o resultado final ao mestre e desenhista de Asterix, Uderzo diz com uma fala bem enrolada: “Eu entrei para os jornais Pilote e Tintin. No Jornal Tintin, me dedicava a Humpá-Pá, enquanto na Pilote, desenhava Tanguy e Laverdure e depois, Asterix. Na época, fazia cinco pranchas por fim de semana para entregar a tempo, pois os jornais não podiam esperar. Era assim! Agora, aos 89 anos de idade, faça você os cálculos!” Em outro trecho do vídeo, Uderzo cita a primeira vez em viu um Mirage e faz comparações entre ele e o Rafale, projetado na década de 1980 para substituir todos os Mirage 2000 da Força Aérea Francesa.
Um pouco depois, Buendia reforça que a ideia desta série é a de ser ambientada na mesma época em que se passava a original. Para terminar, Uderzo torce para que este novo e clássico Tanguy e Laverdure continue.
Por PH.
© Dargaud / Edições Zephyr 2016 Charlier / Durand.
Pela capa não imaginava uma história assim, cheia de aventuras.Parabéns pela resenha.
Espetacular o vídeo! Mas eu já não consigo entender bem o que o Uderzo fala.
Oi, Pedro Bouça. Incluí parte da tradução do vídeo na matéria. Obrigado pela sugestão. O Uderzo fala muito enrolado, mas deu para entender: Enquanto, Durand fala de seu processo de trabalho e confessa que é uma honra, poder mostrar o resultado final ao mestre e desenhista de Asterix, Uderzo diz com uma fala bem enrolada: "Eu entrei para os jornais Pilote e Tintin. No Jornal Tintin, me dedicava a Humpá-Pá, enquanto na Pilote, desenhava Tanguy e Laverdure e depois, Asterix. Na época, fazia cinco pranchas por fim de semana para entregar a tempo, pois os jornais não podiam esperar. Era assim! Agora, aos 89 anos de idade, faça você os cálculos!" Em outro trecho do vídeo, Uderzo cita a primeira vez em viu um Mirage e faz comparações entre ele e o Rafale, projetado na década de 1980 para substituir todos os Mirage 2000 da Força Aérea Francesa. Um pouco depois, Buendia reforça que a ideia desta série é a de ser ambientada na mesma época em que ela se passava a original. Para terminar, Uderzo torce para que este novo Tanguy e Laverdure continue.