Quadrinhos

Criado pela dupla Hermann e Greg, “Comanche” é um magnífico e violento Western dos quadrinhos franco-belgas

Escrito por PH

Untitled-1O quadrinho que é tema do artigo de hoje é um Faroeste que, só para variar um pouco, é bem conhecido pelos leitores brasileiros. A HQ chegou aqui, via Livraria Bertrand, através de álbuns lusitanos que desembarcavam no país em livrarias nos anos 1970/1980. As versões da portuguesa Distri nunca desembarcaram por aqui.

Os poucos Comanche que encontrei foram adquiridos na antiga Rede Sciliano, atual Saraiva. Todo o resto teve que ser garimpado em leilões portugueses da internet, até o dia em que praticamente completei a coleção. Isto só foi possível graças a um gigantesco integral da belga Le Lombard, incluindo os tomos de 6 a 10, que consegui numa troca. De todos, só me falta o número 5. Com um pouco de sorte, talvez localize este quadrinho algum dia. Sebos do Rio de Janeiro, aí vou eu!

Se você nunca ouviu falar nesta franquia da Nona Arte, vou tentar descrevê-la em algumas palavras. Antes, é claro, faço pose com minhas preciosidades.

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Comanche surgiu em fins de 1969 no Jornal Tintin, com um estilo muito semelhante ao de Blueberry (Giraud) e Jerry Spring (Jijé), fruto da parceria entre Hermann Huppen e Michel Greg, mesmos responsáveis por Bernard Prince. Logo, percebe-se que tinha atitude própria, não demorando a se tornar uma respeitada banda desenhada e referência no gênero.

A série era bastante violenta e tinha como ponto central um rancho localizado no estado americano do Wyoming, em pleno século XIX. O lugar era conhecido como Triple-Six (666), número que representa o número da Besta. Seu personagem principal era a dona do local, uma destemida jovem, mulher de fibra que herdou a propriedade do pai. A partir daí, passou a administrar duramente as terras, com a ajuda do velho vaqueiro Ten Gallons. Um belo dia surgiu a figura do ruivo Red Dust, um irlandês solitário, exímio atirador e ex-pistoleiro que passou a trabalhar no Trilpe-Six. Outros personagens da trama eram o negro Toby, o índio Mancha da Lua e o pequeno Clem.

Publicada originalmente desde o ano de 1972, Comanche ganhou a partir do volume 11 o desenho de Michel Rouge. Rodolphe, parceiro do desenhista brasileiro Leo em muitos projetos, foi o responsável pela continuação do roteiro do tomo 15, em 2002, já que Greg faleceu em 1999 e não conseguiu terminar o texto desta BD.

Os títulos oficiais de Comache são: Red Dust (1972), Os Guerreiros do Desespero (1973), Os lobos do Wyoming (1974), O céu está vermelho sobre Laramie (1975), Deserto sem luz (1976), Fúria Rebelde (1976), O Dedo do Diabo (1977), Os Xerifes (1980), E o Diabo grita de alegria… (1981), O corpo de Algernon Brown (1983), As Feras (1990), O dólar de três faces (1992), O carnaval selvagem (1995) Os cavaleiros do Rio Perdido (1997) e Red Dust Express (2002). Há também os fora de série Red Dust – Kentucky – Ten Gallons (1993) e O Prisioneiro (1998), além de mais três volumes Integrais.

Entre 1979 e 1980, a brasileira Editora Vecchi, que tinha tudo para lançar uma bela edição cartonada ou em brochura da coleção, publicou duas lamentáveis revistas em preto e branco de Comanche. Impressas em papel jornal, não merecem estar nesse post.

A seguir, publico imagens dos exemplares de Comanche que possuo em meu acervo.

Por PH.

COMANCHE - RED DUST

COMANCHE - OS GUERREIROS DO DESESPERO

COMANCHE - OS LOBOS DO WYOMING

COMANCHE - O CÉU ESTÁ VERMELHO SOBRE LARAMIE

COMANCHE - FÚRIA REBELDE

COMANCHE - Intégrale - Tome 2.

 

 

 

 

 

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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