Já havíamos falado sobre este álbum em 2015, mas graças as pranchas da HQ que recebemos recentemente de seu autor, o holandês Eric Heuvel, decidimos voltar a mencioná-lo. Quaco: leven in slavernij (Quaco: A Vida na Escravidão) é o primeiro livro em quadrinhos sobre o tráfico negreiro na Holanda. O verídico protagonista da história fez parte da etnia Akan, povo originário da África Ocidental. Quaco veio de uma área correspondente ao que seria Gana ou Costa do Marfim e esteve entre os milhões de africanos que foram vítimas desse comércio desumano que também foi perpetrado pelos holandeses.
A história começa em 1770, quando nosso herói tinha apenas oito ou nove anos. Ele foi levado para o Suriname, ex-colônia holandesa, enquanto seu irmão permaneceu no oeste da África. Graças à ajuda da menina Afua, Quaco consegue suportar as duras condições a bordo do navio que o transportou. A dupla acaba em Paramaribo, onde é comprada pelo rico fazendeiro Walter Kennedy. A partir daí, Quaco enfrentará trabalho duro nas plantações e participará de missões militares contra escravos fugitivos, ao lado do Capitão John Gabriel Stedman, empreitada que o colocará em um dilema moral e fará com que possa perder Afua.
Desenhado no mais puro estilo Ligne Claire, especialidade de Heuvel, esta HQ ainda não tem tradução para o francês ou inglês, muito menos para o português. Como não poderia deixar de ser, traz aquele visual de Tintin que é um deleite para os amantes do trabalho de Hergé. Eric é autor de A Busca, Segredo de Família, O Mistério do Tempo e January Jones, entre outros.
Quaco: A Vida na Escravidão pode ser adquirido na amazon.uk, na versão capa dura ou mole, com a marca da Walburg Pers. Seu idioma é o holandês. A estampa atual do quadrinho corresponde à imagem mostrada por último. Nela, Quaco foi intencionalmente desenhado com aparência mais jovem, com o mesmo visual que tinha, ao ser sequestrado de sua terra natal.
Por PH, a partir da tradução de texto fornecido pelo editor.
A escravidão é um tema que sempre me deixa triste.Com certeza não é nada diferente do que aconteceu, aqui no Brasil.