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Projeto Sereia, saga futurista do brasileiro Leo, inverte o mapa de poder no mundo e faz sucesso na Europa

Escrito por PH

mat mDepois de estar envolvido com as sagas de Dexter London, Trent, Aldebaran, Antares, Betelgeuse, Kenya, Namíbia, Survivants e Terres Lointaines, o brasileiro Leo, desenhista e roteirista radicado na França, escreveu o roteiro de uma aventura futurista que se passa num futuro não tão distante assim de nós. Estamos falando de Mermaid Project (Projeto Sereia), cujo texto foi desenvolvido, em parceria, com Corine Jamar, contando com os desenhos de Fred Simon e cores de Jean-Luc Simon. O resultado deste trabalho é absolutamente fantástico, tanto no conteúdo, quanto no seu visual clean e composição gráfica dos personagens. Por falar nestes, os protagonistas desta narrativa não possuem rostos bonitos e bem delineados, mas suas suas faces, mesmo as de figuras secundárias do enredo, são extremamente carismáticas e expressivas. Isso sem falar nos desenhos de prédios, automóveis e mobiliário que são extremamente detalhados, o que cria um verdadeiro espetáculo para os olhos. Quanto ao mundo retratado por Simon, vemos imagens de uma Terra devastada, mas bastante colorida, que não perde sua beleza. Na trama da história, o mundo passou por sérios problemas climáticos e econômicos. Isto afetou a sociedade, de uma maneira irreversível. Os brancos, a classe dominante do passado, perderam força e agora estão em segundo plano, vendo a ascensão de negros e latinos. Os Estados Unidos e a Europa são obrigados a se curvarem, diante de várias nações, outrora emergentes. É numa Paris decadente e suja, em que a Torre Eiffel já perdeu parte de sua estrutura, em que vive a jovem inspetora Romane Pennac. Por ser branca, ela sofre discriminação de seus colegas policiais, tiras que não confiam em sua competência profissional. Tudo pode mudar, quando ela passa a investigar a morte de uma secretária de uma empresa novaiorquina que produz metano, o único combustível capaz de mover os poucos carros em circulação e fazer o planeta funcionar, ainda que precariamente. A companhia em questão é a Algapower, firma que desenvolve secretas pesquisas para a extração do gás, a partir de algas marinhas geneticamente modificadas. Este conglomerado norte-americano não abrirá mão de fazer bizarras experiências, e muito mais, para alcançar seus objetivos. É aí que a investigação deixa a França e vai parar em Nova York, quando chega o segundo episódio da série. Desta vez, Romane e um parceiro, destacado especialmente para a missão, viajarão para a Big Apple, com o objetivo de encontrar o irmão gêmeo da policial. Ele é um cientista que trabalha na Algapower e que poderá ajudar a solucionar o mistério. Nesta sequência, a jornada de Romane também passará por Quebec, no Canadá, onde Romane fará treinamento com um golfinho inteligente e falante que a ajudará em sua missão de penetrar nos domínios da Algapower. O mais incrível de tudo é que toda a trama irá passar também pela Cidade Maravilhosa, no Brasil. O Rio de de Janeiro será mostrado como uma metrópole de país desenvolvido, muito diferente da que conhecemos atualmente. Como a história se passa no futuro, a imagem de um Cristo Redentor destruído pela metade poderá choca o leitor. O idioma dos tomos 1 e 2 de Mermaid Project, lidos para a realização do post, é o francês. Não há previsão para publicação de sua versão em língua portuguesa. Quem quiser conhecer o trabalho de Leo, em nosso idioma, poderá conferir Aldebaran e Betelgeuse, alguns de seus álbuns que foram editados pela Panini brasileira. Abaixo, publicamos alguma fotos que tiramos de Mermaid Project: Episódio 2, clicadas em viagens pelo metrô carioca, e das duas capas da saga. As edições tem a marca da Dargaud Editeur.

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

3 Comentários

  • Parece uma das muitas hq's de renome vindas da Europa! E uma das tantas obras escritas por um brasileiro! Aguardo o dia em que as obras feitas neste país também ganhem mais
    destaque!

  • Sem dúvida o mercado norte-americano e asiático de quadrinhos imperam! Porém como nosso país é receptor de grande variedade cultural, me surpreende que ainda não tenhamos tanto destaque na criação de histórias em quadrinhos!

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