Era o ano de 1972, no Rio de Janeiro, quando no mês de setembro, ganhei de meus pais, minha primeira revista em quadrinhos de Charlie Brown, exemplar que guardo até hoje. Tratava-se do primeiro volume de uma coleção que iria deixar muitas saudades entre as crianças da época. Publicada pela Editora Artenova, a partir de agosto, tratava-se de uma série em quadrinhos de bolso, apresentando as aventuras do personagem Charlie Brown e seus amigos, também conhecidos como Peanuts, ou Turma do Mindoim, no Brasil do início dos anos 1970. Idealizado por Charles Schulz, Charlie Brown teve sua aparição inicial, através de tiras de jornais editadas em 1950. Com calças curtas, estranhamente calvo para sua idade e dono de uma cabeça arredondada, Charlie Brown é um menino americano tímido, triste e azarado que luta para superar seus complexos. Entre os mais chegados a ele estão: Linus, Lucy, Patti, Schroeder e o cachorro Snoopy. Junto com estes, Charlie Browm se tornou um dos maiores êxitos editorias do século XX, alcançando a cifra de 60 milhões de leitores em todo o mundo. De olho nesse sucesso, a brasileira Artenova, criada em 1962 pelo empresário piauiense Álvaro dos Santos Pacheco, resolveu colocar em bancas de jornais e livrarias, uma edição extremamente popular de Charlie Brown. O gibi de número 1, que corresponde a figura do meio da foto que ilustra a matéria, chegou às mãos dos leitores ao preço de Cr$ 6,00, impresso nas gráficas da Artenova, então localizadas na Rua Prefeito Olímpio de Melo, 1774, na antiga Guanabara, Rio de Janeiro. Com um posfácio e tradução de Luiz Lobo, que introduzia o anti-herói Charlie Brown aos pequenos da época, “Puxa Vida Charlie Brown” exibia tiras desenhadas por Schulz, entre 1961 e 1962. Logo no começo, já dava para sentir o espírito melancólico de suas páginas, facilmente detectado por um diálogo travado entre Charlie Brown e Linus Van Pelt, melhor amigo de Charlie e irmão de Lucy, que vivia agarrado a um cobertor azul. Na conversa, Linus diz a Charlie: Às vezes eu sinto que a vida passou por mim…”. O mesmo aproveita para perguntar ao colega: “Você, alguma vez, já se sentiu assim?”. A resposta de Charlie Brown não poderia ser outra: “Não. Eu sinto que ela me derrubou no chão e me pisoteou!” Lendo algo assim, qualquer criança do mundo, acostumada com heróis fortes e inabaláveis, poderia começar a refletir que ninguém precisa ser invulnerável o tempo todo. Seria ótimo e saudável, principalmente para os meninos, folhear esta HQ e descobrir que eles podem ter suas fraquezas, superar suas dificuldades, ou mesmo chorar se for preciso. Talvez, tenha sido essa a maior contribuição de Charlie Brown para a infância de muitos garotos, hoje adultos e chefes de família, tornando-os mais sensíveis. É preciso assumir nossos fracassos e tentar dar a volta por cima. Ninguém é uma fortaleza indestrutível. Fazer parecer que somos super-homens, só nos faz mais infelizes. Tudo isto, eu comecei aprender aos sete anos, numa simples revista em quadrinhos. Que conhecimentos mais poderíamos adquirir, se nos dedicássemos mais à leitura de gibis e livros? Não sei quantos volumes teve esta série da Artenova. Parei de comprá-la no número 31, em 1975. Devido à inflação galopante do período, cada exemplar havia passado de Cr$ 6,00 para Cr$ 7,50. O preço pouco importava neste caso, diante do que eu já havia assimilado, sem saber, em termos de experiência de vida. E tem gente que diz que gibi é coisa de criança!
Você lembra da HQ de bolso do Charlie Brown?
Por PH.
Snoopy e Charlie Brown são eternos. Eu estarei com 100 anos e ainda vou lembrar deles lembra muito a minha infância!nunca desista de seus sonhos, pois os sonhos também pode um dia virar realidade, nunca é tarde Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima parabéns pela matéria!!!
Snoopy e Charlie Brown fizeram parte da minha infância muito importante o trabalho que PH e sua equipe faz para manter os internautas informados parabéns!!!
Que amor mais lindo e puro charlie brown tinha pela menininha ruiva, aqueles que a gente tinha quando era criança alguns ainda tem rs, tinha mais vergonha do que tudo, esse episódio é lindo nunca esqueci foi ótimo resgatar essas lembranças PH você e incrivel não conheço ninguem como você alias e primeira vez que conheço um nerd de verdade heee rsrs
que lindo