Se me perguntarem o que andei lendo recentemente, em termos de quadrinhos, diria que encerrei o segundo álbum da série Namíbia, uma pérola francesa, mas de alma brasileira. Sequência da saga anterior, Kenya, este gibi de capa dura, à moda franco-belga, tem o texto do carioca Leo, um artista que faz sucesso na Europa, como desenhista e roteirista de quadrinhos. Em Namíbia volume dois, somos levados o ano de 1948, quando o oficial nazista, criminoso de guerra e teoricamente falecido Hermann Göring, é flagrado na África. Para desvendar o mistério que está por trás desta sinistra aparição e de outros fatos surpreendentes, a agente Cathy Austin do serviço secreto inglês (MI5), é enviada à Namíbia. Em meio a insetos gigantes e outras anomalias, ela descobre que alienígenas podem ser a razão de tudo isto. E se o homem não estivesse só na Terra? Não vamos contar mais, para não estragar a surpresa. O fato é que toda esta trama, saiu da cabeça de um brasileiro que encanta atualmente, os leitores da Banda Desenhada (termo referente a quadrinhos nos países de língua francesa). Luis Eduardo de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 1944. Apaixonado pela arte de desenhar, ele começou a estudar engenharia, graduando-se como Engenheiro em 1968. Fugindo da perseguição da época, ocasionada pelas pressões do regime militar, Leo, como ficaria conhecido, foge para o Chile e posteriormente para a Argentina, antes de voltar clandestinamente para o Brasil em 1974. Em São Paulo, trabalhou como ilustrador em publicidade e publicou sua primeira HQ na revista “O Bicho”, ainda na metade dos anos 70. Foi nessa mesma época, que Leo descobriu os quadrinhos europeus, através das edições de Métal Hurlant e Pilote. Finalmente em 1981, Leo se instalou em Paris, buscando a tão sonhada oportunidade no mercado francês de gibis. Sua aposta não podia ter sido melhor. Elé é hoje, um dos mais respeitados profissionais dos quadrinhos franceses e as séries nas quais está envolvido, como Trent, Aldebaran, Antares e Namíbia, são sucesso de vendas. Para que o leitor brasileiro de gibis, tenha uma noção do que é a série Kenya, disponibilizamos um comercial em forma de animação, produzido pela Editora Dargaud, mostrando cenas do livro. É este tipo de trabalho, tão desconhecido em nosso país, que me encanta desde pequeno. Tive de aprender a ler francês, para conhecer publicações que não devem chegar nunca ao Brasil, mesmo que idealizadas por um brasileiro. O roteiro de Namíbia é uma parceria de Leo com o escritor Rodolphe, enquanto que os desenhos, ficam a cargo de Bertrand Marshal. O estilo deste desenhista é bem fiel ao de Leo.
Por PH.
Mto bom!!
Mal posso esperar pra conhecer essa HQ! Gostei do clima da história já me tornei uma viciada em quadrinhos tudo que o tujaviu indica eu fico encantada minha lista já esta imensa de tanta indicação boa desse blog esse eu queroooo também traduzida claro! Parabéns pela matéria essa me seduziu também ansiosa para toca-la ao vivo e a cores e uma sensação muito boa eu fico hipnotizada quando toco uma HQ de capa dura e uma obra de arte muito linda eu conheci e recomendo a todos, valeu obrigada.