Lucky Luke, o cowboy que atira mais rápido que sua própria sombra.

Desde pequeno, um franzino personagem do Velho Oeste americano, criado pelo desenhista belga Morris em 1946, me fascina. Herói das HQ mais famoso da Europa, depois de Tintin e Asterix, é tido como o cowboy que atira mais rápido que sua própria sombra, frase ostentada na parte traseira de vários de seus álbuns. O começo da trajetória de Lucky Luke não poderia ter sido mais brilhante, pois seus primeiros títulos, foram roteirizados pelo célebre escritor Goscinny, um dos pais de Asterix. Em meio à uma merecida trajetória de sucesso, uma polêmica acabou atraindo ainda mais a atenção para o personagem. Lucky Luke, que sempre aparecia fumando um cigarro no canto de sua boca, mudou de postura por iniciativa própria de seu criador, que resolveu dar ao herói, um caráter mais politicamente correto. A partir de 1983, Lucky Luke surgiria mascando um pedaço de palha no lugar do cigarro, fato que renderia a Morris, o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde e uma medalha em 1988, por sua contribuição à luta contra o tabaco. Em suas diversas aventuras pelas pradarias americanas, Lucky Luke já enfrentou vilões famosos, como: Jane Calamidade, Billy The Kid, Jesse James, e os Irmãos Dalton. Estes últimos, são presença certa em muitas de suas histórias. Além da presença desses malfeitores que existiram de fato, Lucky Luke é acompanhado em suas cruzadas, pelo fiel cavalo Jolly Jumper e um lunático cachorro de nome Rantanplan, responsável por tiradas hilárias. Muitos desenhos animados foram produzidos, baseados nos gibis de Lucky Luke, alguns para o cinema, como: Daisy Town (1971), A Balada dos Dalton (1978) e Les Daltons en cavale (1983) e Tous à l’Ouest: Une aventure de Lucky Luke (2007). A Hanna-Barbera produziu em 1983, uma outra safra de desenhos, exibidos em nosso país pela última vez na TVE, emissora da Rede Brasil, enquanto que em 2001, o personagem ganhou uma nova série animada, com um total de 52 episódios, lançados na França em 8 DVDs. Com atores de verdade, foram quatro filmes rodados: Dois com Terence Hill nos anos 90, Les Dalton de 2004, introduzindo o ator Till Schweiger no papel principal e no ano de 2009, Lucky Luke, inédito no Brasil e trazendo Jean Dujardin como Luke. No Brasil, as editoras Rio Gráfica, Martins Fontes e Bruguera, foram responsáveis por algumas edições do cowboy que segue atualmente, sem nenhuma publicação no país. Em Portugal, Íbis e Meribérica no passado, e atualmente ASA, levaram o herói belga do Faroeste para perto dos leitores europeus de língua portuguesa. Mesmo após a morte de Morris em 2001, as aventuras de Lucky Luke continuam a ser roteirizadas e desenhadas por outros artistas. Esperamos que tenham gostado deste artigo. A imagem que ilustra a matéria, mostra o viajandão Repórter PH em 2003, ao lado de uma figura de Lucky Luke, em foto tirada no Centro Belga da Banda Desenhada, em Bruxelas na Bélgica.