Quem pensa que O Árabe do Futuro, de Riad Sattouf, é sua única obra autobiográfica, deveria conhecer No Sex In New York, lançada em 2004 pela coleção Poisson Pilote.
Nela, Riad vai à Nova York, a serviço do La Libération, com o objetivo de fazer uma entediante historia em quadrinhos sobre Cigarras. Lá, reencontra um amigo e ex-desenhista de animação, que passou a trabalhar como garçom em um restaurante. Conhece ainda uma linda loura, pela qual se interessa. Eles fazem parte da enorme comunidade francesa que mora na cidade. Em Manhattan, os três vão viver uma aventura em busca de relacionamentos, em meio aos famosos, anônimos e endinheirados que lá habitam. A solidão e miséria sentimental e sexual que fazem parte da vida os jovens de hoje são o fio condutor da narrativa. Ao explorar Nova York, Riad encontra Bill Clinton passeando no Central Park, observa as luxuosas coberturas de Madonna e Calvin Klein e passa a interagir mais com seus dois amigos franceses. Decide então mudar o tema da HQ que iria fazer. Paassará a falar sobre o turbilhão de experiências que viveu na Big Apple. Muito bem humorado e divertido, o álbum mostra uma Manhattan miscigenada, com gente de todo os cantos do mundo, mas que reserva dificuldades emocionais a seus moradores e forasteiros.
O volume tem a marca da Dargaud e se encontra inédito no Brasil. Em seu interior, apreciamos a arte nada certinha de Sattouf, uma de suas marcas registradas, assim com vemos em Pascal Brutal e em outros de seus trabalhos. Se tudo fosse mais bem desenhado, não teria graça!
Por curiosidade, nas páginas de guarda do quadrinho, no começo e no fim, há um divertido mapa que mostra os cinco distritos que formam a metrópole de Nova York.
Conferi esta maravilha em algumas viagens pelo metrô carioca. Dou nota 10 para a HQ, no mesmo nível de O Árabe do Futuro.
Por PH.
Eu não sabia tujaviu, que Riad Sattouf além de autor de varias obras da banda desenhada era cineasta.Gostaria de saber com o site se ele continua desenhando para Charlie Hebdo.
Pessoalmente, quadrinhos autobiográficos não me atraem…
Ele foi colaborador do jornal satírico Charlie Hebdo, durante oito anos.
Ele saiu do Charlie no ano passado, ainda antes do atentado, para se dedicar a O Árabe do Futuro.
Da obra dele eu recomendo também Les Pauvres Aventures de Jérémie, também do selo Poisson Pilote.