Com desenhos do brasileiro Miguel Lalor, O Redentor é o novo sucesso em quadrinhos da Dargaud

Em recente tour por Paris, o site Tujaviu visitou muitas livrarias legais de banda desenhada. Uma delas foi a BDNET, na Bastilha, onde compramos, entre outros álbuns, Le Rédempteur, de Stephen Desberg (texto) e Miguel Lalor (desenhos).

O curioso, neste caso, é que Lalor é brasileiro. Natural do Pará, o desenhista faz carreira na França, país em que tem alcançado sucesso com seu moderno e realista traço. Além de Le Rédempteur, está por trás do visual de L’Odyssée de Homère, em parceria com o escritor Christophe Lemoine, e Le Dernier Templier, obra na qual foi responsável pelo argumento e desenhou suas pranchas.

Na trama de O Redentor, Jean Ravelle é um francês, instalado no Brasil, que fez fortuna como homem de negócios. Entre outros feitos, casou-se com a filha de um dos mais importantes empresários chineses, com o qual tem um relacionamento frio. Mais do que levar uma vida fácil e sem preocupações, ele vive uma existência dupla. A obsessão deste ricaço é a de combater todos os que se aproveitam de crianças e as exploram, como os traficantes de drogas e exploradores sexuais de menores. Transformado em uma espécie de justiceiro milionário, ele não hesita em empregar métodos radicais para atingir seus objetivos. Em uma das violentas cenas do quadrinho, ele sequestra um poderoso bandido que atua numa favela carioca, usando um helicóptero, e o joga em outra comunidade que é ocupada por uma facção rival a dele. Ravalle é quase um super-herói sem uniforme, ajudado por uma rede de colaboradores em todo o mundo. Ele mesmo não chega a disparar um único tiro, nessa aventura em que vemos pontos turísticos do Rio, como suas praias, a Ponte Rio-Niterói e o Aterro do Flamengo. A narrativa, além de se passar em terras cariocas, evolui também por Dubai e Alemanha. Assombrado por lembranças, o herói tem raiva e é “aquele que “escuta as orações das crianças mortas”. Esse é o seu bordão.

O álbum saiu em 25 de maio de 2015, tem capa dura, formato de 24,5 x 32 cm e 48 páginas. Custa 13,99 € e não deverá chegar em português ao Brasil, apesar do apelo óbvio da história, que se desenrola por aqui.

Por PH, a partir de texto disponível no site do editor.