Quadrinhos

Resgatamos o raro álbum “Les Montagnards sont là!”, a primeira história do grumete Colin Colas

Escrito por PH

DSC06566Colin Colas é uma série de HQs que foi criada em 1970 para a revista holandesa Sjors, ostentando o nome de Brammetje Bram. O quadrinho desfilou nas páginas desta publicação, até 1975, tendo sobrevida posterior em Pep e Eppo, duas outras revistas holandesas. Seu idealizador  foi o belga Eddy Ryssack, enquanto Alexander, Yvan Delporte e Peter Rosa produziram alguns roteiros para a saga. Em francês, Colin Colas circulou sob o título de Brieux Briand, a partir de 1976, antes de despontar no semanário Super As, uma espécie de Jornal Tintin, onde passou a ser conhecido como Colin Colas. O herói é um aprendiz de marinheiro do navio POULE D’EAU. Destemido e esperto, ele possui uma incrível vocação para a aventura. Além dele, outros personagens fazem parte da narrativa: Gato Nelson, Capitão Grogain, Tsétsé Tsing, Thor Thion e Doc Lagnole. Olhando para este quadrinho, enxergo algo nele que me remete a Asterix, Jean Pistolet e a Humpá-Pá, todos desenvolvidos por Goscinny e Uderzo, os pais de pequeno gaulês.

Recentemente, consegui seus quatro primeiros tomos, em álbum, com a marca de Éditons Fleurus. As HQs, de números 1 a 4, foram compradas em sites da França e já começaram a ser lidas, aos poucos, para que eu possa produzir suas devidas resenhas. No total, os seis títulos da coleção são: Les Montagnards sont là! (1), L’appel des tam-tams (2), L’ile aux tresors (3), Le Monstre de Drummadrochit (4), L’empereur des Sargasses (5) e Razzia sur la Jamaïque (6). Os dois últimos tomos foram editados pela Hachette. São os únicos que faltam no meu acervo. Quem sabe, num futuro próximo, venha a consegui-los!

Em Les Montagnards sont là!, de 1979, fatos históricos se misturam à ficção e ao humor, numa narrativa aventureira que conta com personagens importantes e que existiram de verdade. Estamos no ano de 1528, quando Charles Quint (Charles de Habsbourg), chefe do Império romano-germânico, numa negocição de quitação de dívidas, envia o banqueiro alemão Bartholomeus Welser para colonizar a Venezuela e se apossar do ouro dessas terras sul-americanas. Para tal, o rico empresário terá de recrutar lansquenets, mercenários alemães que atuaram do fim do século XV ao final do XVI. Esses profissionais ambulantes serviram a maior parte dos exércitos europeus da época, tendo ficado conhecidos, sobretudo, por sua brutalidade e sucesso nas empreitadas em que se metiam. O oficial chefe da jornada é o Capitão Von Bitecheline. O oficial parte então para comprar um barco e recrutar marinheiros que ensinem seu grupo a navegar. O incumbido para a tarefa acaba sendo o grumete Colin Colas, que faz parte da equipe de marujos do barco Pole D’Eau, comandada pelo Capitão Grograin e seus asseclas. O problema é que a tarefa não será fácil, já que os lansquenets aprendem com dificuldade, são atrapalhados e só trabalham, movidos à cerveja. Além disso, o projeto será ameaçado pelo Duque D’albe, governador dos Países Baixos e originário de uma rica família de Castilha (Espanha). Ele enviará o agente secreto Espionito para sabotar a missão.

Conseguirão os germânicos chegar a seu destino? Levarão Colin Colas e a tripulação do Poule D’Eau com eles? Estas e outras perguntas serão respondidas neste volume inicial que conta a saga de um herói dos mares, quase totalmente desconhecido no Brasil. Mesmo assim, sua epopéia marítima é emocionante e bastante instrutiva. Vale a pena conhecer!

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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