Quadrinhos

Sugar Skull, de Charles Burns, encerra a trilogia iniciada por X’ed Out e The Hive

Escrito por PH

fdfdfdf3Entre as leituras de álbuns importados que indico, está Sugar Skull, de Charles Burns. O volume saiu em 16 de setembro de 2014, nos Estados Unidos. O quadrinho fecha a trilogia iniciada por X’ed Out e The Hive.

Nesta saga psicodélica, Doug é um jovem que vive entre dois mundos. Num deles, tem uma banda, na qual é o vocalista e só canta com um antigo toca-fitas preso ao pescoço, enquanto usa uma máscara com feições que lembram o rosto de Tintin. A fixação de Doug pelo herói europeu não é só essa. A roupa com a qual ele se apresenta inclui uma camisa estampada com a silhueta vermelha do personagem, portando um alfinete na orelha. Ainda nesta realidade, quase normal, Doug largou uma antiga paquera para viver um namoro estranho com uma morena de nome Sarah. Já em seu universo de sonhos, ele vê porcos, fetos, gatos pretos e outras loucuras mais, além de rever o pai, morto há seis anos. É aí que sua semelhança com Tintin aumenta, no momento em que o leitor passa a vê-lo com um topete de cor preta e a cara do herói belga. À medida que seus pesadelos se tornam mais claros, ele começa a identificar o lugar bizarro para o qual sua mente o transporta à noite. Trata-se de uma região de seu subconsciente, em que seres incomuns comem estranhos ovos com cascas que se assemelham ao cogumelo que aparece na capa de A Estrela Misteriosa, uma das célebres aventuras de Tintin. Nesta dimensão paralela, existe uma fábrica (The Hive) onde trabalham lagartos verdes, falantes e mal-humorados, que mais parecem extraterrestres. De longe, dá para ver a enorme chaminé desta indústria. Doug passará a ser um dos funcionários do lugar e estará sempre acompanhado por um pequeno homem com cara de porco.

Já em Sugar Skull, a longa e estranha jornada de Doug chega a um penoso fim. Nesta aventura, terá que enfrentar a mentira que ele tem contado a si próprio, desde o começo. É justamente aí que seus terríveis pesadelos o levam a uma realidade cada vez mais chocante. Trata-se de HQ adulta, recheada de sexo, drogas e complexas perturbações mentais. Na época de seu lançamento, Sugar Skull recebeu ótimos elogios do jornal londrino The Guardian.

Desenhada no estilo Ligne Claire, esta coleção foi toda impressa no formato de 23 x 30 cm e possui capa dura com lombada em tecido colorido. O preço unitário dos volumes 1 e 2 gira em torno de U$ 17,00. Sugar Skull custa U$ 23,00.

Para quem não conhece, Charles Burns é um desenhista americano e diretor de cinema. Burns costuma escrever roteiros assustadores e sem muito sentido. Entre suas obras, destaca-se Black Hole, com a qual ganhou o Eisner Award, de Melhor Álbum de 2006, e nove Harvey Awards.

A editora de X’ed Out, The Hive e Sugar Skull é a Pantheon Books, de Nova York. Abaixo, mostro as capas de todos os tomos desta série de Charles Burns e uma prancha da HQ que é tema da matéria.

Por PH.

Imagens: Pantheon Books / Charles Burns.

Charles Burns - X'e d Out

Charles Burns - The Hive

Charles Burns - Sugar Skull

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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