O Muro (Le Muret), de Céline Fraipont (texto) e Pierre Bailly (desenhos), é um dos mais novos lançamentos da Editora Nemo. Comecei a conferir a graphic novel no metrô, numa viagem de ida para o trabalho, e terminei a leitura no trajeto de volta. Foi assim que devorei cada uma de suas 190 páginas.
Sua trama se passa em 1988, quando Rosie é uma menina belga de 13 anos que vê o casamento dos pais ruir, assim que sua mãe abandona seu pai por outro homem e vai embora de casa. A partir daí, as coisas começam a ficar complicadas para a jovem. Sua única amiga, Nath, não é suficiente para evitar que Rosie perca o chão, enquanto seu progenitor entra em uma profunda depressão. Sem conseguir ajudá-lo a sair dessa, a menina inicia uma jornada pelo álcool que a prejudica em seu desempenho na escola. Neste meio tempo, conhece um jovem, pelo qual poderá se apaixonar, que a inicia no mundo das drogas e da música. Apreciador de discos de vinil, ele apresentará Rosie a bandas antológicas, como The Cure e Ramones.
O Muro é um quadrinho forte, intenso como O azul é a cor mais quente, embora sua temática não seja exatamente a mesma do álbum de Julie Maroh. Como não podia deixar de ser, também é um produto legitimamente francófono. A HQ, toda em P&B, mostra que mesmo quando estamos no fundo do poço, podemos tirar ótimos ensinamentos disso.
A publicação tem formato de 17 x 24 cm, acabamento em brochura, tradução de Fernando Scheibe e direitos cedidos pela belga Casterman.
Vale muito a pena conferir. É quadrinho 100% adulto.
Por PH.
Premissa desse tipo me seduz.