Quadrinhos

Na série “HQs esquecidas pelo tempo”, ressuscitamos “Yalek: Les Yeux de Flammes”, de André-Paul Duchâteau e Jacques Géron

Escrito por PH

DSC06081André-Paul Duchâteau já foi, entre outras coisas, um dos diretores do extinto Jornal Tintin. O escritor belga é. simplesmente. um dos melhores roteiristas de banda desenhada que já existiram na Europa. Sempre deixando importantes surpresas para o final de suas tramas, consegue prender o leitor, do começo ao fim. O artista nasceu em 1925 e trabalha como escritor, desde 1955. Junto com Tibet, desenvolveu uma fantástica parceria que resultaria no aclamado Ric Hochet.

Neste post, recordo um outro herói que teve seus textos redigidos por Duchâteau. Estou falando de Yalek. A saga teve os desenhos de Christian Denayer, até 1977, e de Jacques Géron, a partir de 1980. Sua primeira publicação aconteceu em 1969, nas páginas do jornal belga Le Soir Jeunesse. Ao todo, foram 18 histórias que chegaram aos leitores, sendo a última, datada de 2011. Além de circularem pelo Le Soir, também saíram em álbuns, desde 1972, pelos selos: Novedi, Hachette, Éditions Fleurus e Super Scoop. As figuras principais do quadrinho são dois repórteres de TV: o índio Yalek e seu amigo Pocket. Capitão Verity e Sabrina, uma bela jornalista britânica, aparecem como dois outros dois personagens da HQ.

Já tinha citado, em matéria anterior, Cataclysme en Mondiovision (Cataclisma em Mondiovision). Recentemente, descobri que tenho mais dois exemplares desta saga em meu acervo particular. Um deles é Les Yeux de Flammes (Os Olhos de Chamas). Nele, a história começa em Nova York, mostrando a cidade, ainda ostentando as antigas Torres Gêmeas. Isto não é de se estranhar, pois a aventura saiu pela Hachette, em 1983, época em que os prédios nem sonhavam em serem destruídos por um ataque terrorista que mudaria o mundo. Nesta banda desenhada de traço essencialmente franco-belga, característico da década de 1980, estranhos fatos chocam a Big Apple, quando algumas pessoas, escutando walkman, se suicidam misteriosamente. Yalek e Pocket voltam suas atenções para um líder religioso de uma seita que pretende dominar o mundo, através de sons inseridos em fitas cassete de músicas, sem que ninguém perceba. Esses áudios fazem com que o ser humano se transforme numa espécie de zumbi violento, que pode ser direcionado para atividades criminosas. O próximo passo do bandido será o de usar esta nefasta tecnologia em um concerto de Rock, num pequeno vilarejo dos Estados Unidos. A ideia é fazer com que o público enlouqueça, durante o show, destruindo sua cidade. Les Yeux en Flames possui 44 páginas, capa dura e formato de 22 x 29,4 cm.

Em relação ao herói, Yalek tem um rosto que remete ligeiramente ao do Tenente Blueberry, de Jean Giraud (Moebius). Em sua testa, há uma faixa vermelha que lembra as usadas pelos nativos norte americanos, ancestrais de Yalek. Suas emocionantes tramas dese desenrolam nos dias atuais, principalmente na América do Norte, e são recheadas de ficção científica, naves futuristas, abduções, clones, seres estranhos e muito mais. Vale a pena conferir. Pena que seja inédita no Brasil, sendo bastante difícil de ser encontrada por aí.

Graças a Luis Bernardino, do BD Passion, no Facebook, descobri que o personagem chegou a Portugal, no passado. As informações estão em http://bedetecaportugal.blogspot.pt/. Embora não tenha sido publicado no formato de ábum, Yalek chegou em capítulos, a terras lusitanas, divulgado no Jornal da BD:

Y de Yalek (Y comme Yalek), 1969, Jacaré #1 a #11; Mundo de Aventuras (2ª fase) #300 a #301; Jornal da BD #225 a #232.

A Aranha de Ferro (L’araignée de fer), 1970, Jornal da BD #233 a #240O império do medo (L’empire de la peur), 1971, Jornal da BD #209 a #216.

O império do medo (L’empire de la peur), 1971, Jornal da BD #209 a #216.

O prisioneiro de Yacomac (Les prisonniers de Yacomac), 1972, Jornal da BD #249 a #256.

Por PH.

Imagens: Jacques Géron / Hachette.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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