Apenas por sua estampa, não é possível ter uma ideia real do traço que encontraremos dentro de Tartarin de Tarascon, já que a capa do quadrinho, realizada por Jean-Yves Dellite, não tem nada a ver com as pranchas que existem em seu interior, desenhadas por Pierre Guilmard. Em minha opinião, este tomo 22 da coleção Grandes Clássicos da Literatura em Quadrinhos talvez seja o mais legal de todos os que circularam nas bancas, até hoje, e o que mais tem a ver com a legítima banda desenhada franco-belga, remetendo a Spirou e a Tintin. Neste quesito, a HQ flerta com a Ligne Claire, criando belas imagens que ajudam a contar a história de Tarantin de Tarascon.
O personagem tem muito a ver com Dom Quixote. Assim como ele, deseja sair de seu pequeno vilarejo e viver grandes aventuras. Tarantin mora em Tarascon, perto de Avignon, onde os habitantes do lugar o veneram como uma grande lenda. A verdade, no entanto, é que ele nunca saiu dali e tudo o que sabe, aprendeu em livros. Em um determinado momento, para não cair no descrédito da população local, é obrigado a viajar para a Argélia, onde deverá caçar leões e se tornar um verdadeiro herói. Lá, contará com a “ajuda” do malandro e pretenso Príncipe de Montenegro. Conseguirá sobreviver a esta epopeia na África e retornar a sua cidade natal, como uma figura respeitada? Vale a pena conferir Tartarin de Tarascon para saber estas e outras respostas.
O álbum é uma adaptação em quadrinhos de romance de Alphonse Daudet, publicado em 1872. O volume tem capa dura, impressão francesa das Edições Glénat e preço de R$ 24,90. O roteiro é de Pierre Guilmard e as cores tem o toque de Louisa Djouadi.
Esta série foi produzida com o apoio da UNESCO e tem a marca da editora Del Prado.
Por PH.
Imagens: Pierre Guilmard / Glénat / Del Prado.
Mto cool estou curtindo mais um Grande Clássico da Literatura em Quadrinhos do site.
Tem toda a razão. A capa não tem NADA A HAVER com o conteúdo interno. Mancada dos editores. Deu mais vontade de ler por conta do seu texto.