Uma das boas HQs de Frank Le Gall não tem nada a ver com uma de suas séries mais famosas, a clássica Théodore Poussin. Estou falando de Les Exploits de Yoyo Tome 1 – La Lune Noire (As Façanhas de Yoyo Vol. 1 – A Lua Negra). Ela foi publicada em 1986 pela francesa Glénat. De traço legitimamente Ligne Claire, tem humor, ironia, crítica social e um visual bem moderno. O desenho inconfundível de Le Gall foi feito sobre roteiro de Yann.
Sua narrativa tem Yoyo como um dos personagens principais. Ele era um canibal, até ser trazido da África por um membro da família Grimaldy que é poupado da panela, a pedido de um religioso evangelizador local. Levado para os Estados Unidos, Yoyo é educado como filho deste sortudo branco que deixou de ser refeição e herda toda a sua fortuna. Tempos depois, à beira da morte, o homem que o criou revela que Yoyo tem uma meia-irmã de sete anos de idade que ele nunca conheceu. A jovem, que se chama Ève Grimaldy, precisa ser salva da Lua Negra, maldição de inspiração nos contos mais assustadores de Drácula. Segundo a lenda, ao completar 7 anos, todo Grimaldy é morto misteriosamente. Yoyo então vira o protetor da jovem e os dois partem para a Transilvânia para tentar reverter o estranho feitiço, antes que Ève, última representante da família, tenha um destino cruel. Lá, os dois conhecerão o castelo em que viveram os ancestrais da garota, entrarão em contato com a superstição dos habitantes da região, envolvendo sacrifícios humanos à deusa Hécate, e enfrentarão misteriosos robôs com formato e cara de corvo.
Uma das curiosidades do quadrinho fica por conta do dirigível que transporta a dupla até as lendárias terras do Príncipe das Trevas, apresentando um visual que remete ao foguete que transportou Tintin à Lua, Em Rumo à Lua e Explorando a Lua. Outro fato interessante se encontra nos balões que contém as falas de Yoyo. Eles são negros, a exemplo do herói, trazendo seu texto escrito na cor branca. Parte do que diz está escrito em inglês.
Em 1987, foi publicado um segundo álbum da saga, intitulado Les Sirènes de Wall Street, também pela Glénat, seguido de uma edição integral que encerrou a coleção. Este último teve a marca da Vents d’Ouest. Todo este material se encontra inédito no Brasil e só pode ser encontrado no idioma francês.
Por PH.
Imagens: Franl Le Gall / Glénat.
Sua resenha ta bem instigante! Vocês sempre aguçando minha curiosidade com essas raridades como não li não posso comentar muito só elogiar a arte da capa e a vontade de conhecer um dia!!!.