Acompanhe a evolução do viajante “Stéphane Clément, personagem criado pelo suíço Daniel Ceppi

Foram 14 álbuns, até agora, sem contar uma edição independente de La Malédiction de Surya e algumas outras, com variações capa. A série “Stéphane Clément: Crônicas de um Viajante” começou na verdade, em preto e branco, realizada pelo desenhista suíço Daniel Ceppi, um artista autodidata na arte dos quadrinhos. Sua primeira aparição se deu, em 1977, no álbum O Vespeiro (Le Guêpier), publicado pelas Éditions Sans Frontière. No ano seguinte, 1978, ganharia as páginas da revista Métal Hurlant. Nesta mesma época, ganharia sua primeira edição por Les Humanoïdes Associés, intitulada À l’Est de Karakulak. Depois, se seguiram, alternando-se entre Casterman e Humanoïdes: Le Repaire de Kolstov (1980), Les Routes de Bharata – La Malédiction de Surya (1983), L’Etreinte d’Howrah (1984), Captifs du Chaos (1986), Pondicherry, filiation fatale (1995), Belfast, l’adieu aux larmes (1997), Vanina Business (1999), L’Or bleu (2001) e L’ivoire de Sheila Mac Kingsley (2003). A partir daí, deixou a editora Les Humanoïdes Associés e passou a levar a marca do selo belga Le Lombard (Les Éditions du Lombard), através das aventuras: L’Engrenage Turkmène (2010) e Le Piège Ouzbek (2012). A saga começa em Genebra, na Suíça, onde Clement é um jovem sem perspectivas e dinheiro no bolso, louco para deixar sua cidade e viajar. Convencido por uma amiga a assaltar uma pequena loja de bijuterias, parte para o ato criminoso que parecia ser muito simples e lucrativo. O problema é que o dono do lugar acaba saindo gravemente ferido na empreitada, enquanto a balconista do estabelecimento consegue acionar o alarme. Clément foge dali e passa a ser procurado pela polícia. Para escapar de ser preso, faz uma jornada bem maior do que poderia imaginar, deixando a Europa e indo parar na Ásia. Stéphane Clement visita os lugares mais inóspitos do mundo, tendo contado com industriais inescrupulosos, miséria, cidades arrasadas, exploração de mulheres e traficantes de arte e órgãos. Ele passa pelas situações mais difíceis. Ao poucos, sua trajetória foi ganhando contornos geopolíticos e extremamente realistas. Assim, o leitor ganhou uma coleção mais adulta e que com traço diferente daquele empregado no começo de tudo. Apesar de ainda carregar um visual um pouco rústico, sua marca registrada, o visual de Stépahne Clement deixou de ser despojado, refletindo um mundo bem diferente do qual estamos acostumados a ver. As cores fortes e chapadas que passaram a ser usadas em profusão por Ceppi, amenizaram o caráter tenso e pessimista da obra. Infelizmente, apenas dois volumes de Stéphane Clément tiveram tradução para o português lusitano, pela extinta Meribérica. Foram eles: O Vespeiro e O Refúgio de Kolstov. Abaixo, veja como seu desenho mudou, ao longo do tempo, e confira todas as capas de volumes que mantemos no acervo do site.

Por PH.

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