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Desencavamos a rara edição de “Tintin: Rumo à Lua”, publicada pela Editora Record

Escrito por PH

DSC03644Nesta matéria, desencavamos a rara edição de “Tintin: Rumo à Lua”, de 1970, da Editora Record. Cartonado e com lombada em plástico, imitando couro, este volume deixou saudades! Pode soar como um pequeno detalhe, para os menos exigentes, mas a coleção atual de Tintin, impressa pela Companhia das letras, não perdeu apenas a sua luxuosa capa dura. Uma famosa foto de Hergé, ao lado de um dos astronautas que visitou nosso satélite natural, deixou de fazer parte da HQ “Rumo à Lua”. Nela, Hergé posa com um americano que realmente fez esta fantástica viagem sideral, imaginada com antecedência pelo desenhista. Em baixo dessa imagem, está escrito: “Em recente visita à Bruxelas, o famoso astronauta americano Coronel Frank Borman recebe das mãos de Hergé, autor das aventuras de Tintin, exemplares da edição inglesa de “Rumo à Lua” e “Explorando a Lua”. Hergé conseguiu antecipar em seus livros a descida do homem na Lua. Pode a verdade dos fatos apontar Neil Armstrong como o primeiro homem que chegou à Lua, mas para as crianças de todo o mundo, Tintin esteve lá primeiro”. Este histórico fragmento serviu para as mostrar aos leitores o quanto Hergé andava perto da realidade da corrida espacial de sua época, muitas vezes antecipando-a. Infelizmente, a foto desapareceu das mais recentes tiragens do herói. Só para lembrar, “Tintin: Rumo à Lua” foi lançado em 1953. Sua trama acontece logo após “Tintin: No País do Ouro Negro”. O Professor Girassol parte e pede para que Tintin e o Capitão Haddock o encontrem na Sildávia, onde o cientista se prepara, juntamente com uma equipe gigantesca, para colocar um gigantesco foguete em direção da Lua. O trajeto contará com as presenças dos detetives Dupond e Dupont e será alvo de sabotagem, por parte de uma potência estrangeira. “Rumo à Lua” , de 62 páginas, é uma das mais incríveis histórias de Tintin, tendo sido seguida pelo álbum “Explorando a Lua”. Note que no Brasil, Tintin é escrito com a letra M no final, fato que reprovo. Em minha opinião, o nome de um personagem não deve ser alterado, a não ser que seja impronunciável em determinado idioma, o que não acontece neste caso. Por isso, continuo a empregar a grafia Tintin, conforme se usa na França e Bélgica. Em Portugal, esta mudança não acontece mais, desde que os álbuns de Tintin passaram a ter a marca das Edições ASA.

Por PH.

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Tintin - Rumo à Lua - Record

Por PH.

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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