Um de nossos autores preferidos de HQs, o curitibano José Aguiar, participa de eventos na França, Alemanha e Portugal, abrindo exposição de seu trabalho e divulgando os quadrinhos brasileiros na Europa. Tudo acontece, através de debates e inúmeras sessões de autógrafos. O autor de quadrinhos, como Folheteen: direto ao ponto, Vigor Mortis Comics e as tiras Nada Com Coisa Alguma, desembarcou na França no dia 13 de junho, sendo o único autor brasileiro convidado pelo Lyon BD, festival internacional de quadrinhos que há dez anos transformou Lyon em um dos principais centros criadores de BD (banda desenhada). No evento, representou os quadrinhos nacionais e divulgou seus trabalhos entre autores e editores, além de autografar os seus trabalhos já publicados por lá. “Publiquei pela primeira vez na França em 2004, em parceria com o roteirista Wander Antunes. Em minha primeira viagem para lá, autografando o segundo volume da série Ernie Adams, tive a primeira oportunidade de conhecer de perto um dos maiores mercados mundiais de HQs. É uma realidade muito distante do que se vivia no Brasil daquele momento. Hoje, guardadas as proporções, nos aproximamos do modelo franco-belga, com livros lançados em livrarias, não em bancas. Mas em termos de números de títulos e vendas, ainda engatinhamos. Lá, existe uma crise pelo excesso de títulos, cerca de 300 livros por mês, que não ficam mais de um mês nas prateleiras, por falta de espaço. No Brasil, fora alguns fenômenos, uma tiragem ainda leva até dois anos para se esgotar”, explica Aguiar. Nesta semana seguinte ao Lyon BD, Aguiar vai para o Comic Salon Erlangen, na Alemanha, que acontecerá entre 19 e 22 de junho. O festival, o mais importante do gênero em seu país, é uma bienal realizada na pequena cidade alemã de Erlangen. Mas não se trata de um evento modesto, pois neste ano são esperados cerca de 300 convidados de todo o mundo. Aguiar tem uma relação de proximidade com os autores alemães, tanto que no ano passado publicou dois livros relacionados: seu caderno de viagens Reisetagebuch – Uma Viagem Ilustrada pela Alemanha ( Ed. Quadrinhofilia) e o Projeto Osmose – Brasil e Alemanha em Quadrinhos (Ed. Libretos), um intercâmbio de autores dos dois países que contou com sua coordenação editorial. Recentemente, ele realizou a curadoria da exposição Quadrinhos Autorias Alemães, reunindo nove dos expoentes da geração atual dos quadrinhos alemães. Sobre estes trabalhos, explica: “Há anos, tenho trabalhado em parceria com o Goethe-Institut, ajudando a receber autores da Alemanha em Curitiba, seja em seus eventos ou na Gibicon, nossa convenção internacional de quadrinhos. Agora estou reencontrando esses autores, que se tornaram amigos, visitando seus espaços de trabalho e trocando ideias. Essa é uma vivência incrível como artista. O tempo em que morei na Alemanha e realizei meu Diário de Viagem Ilustrado foi um momento de virada na minha carreira, que me mostrou o quanto o intercâmbio cultural é importante para o desenvolvimento de um artista.” Antes de ir à França, Aguiar passou por Portugal, onde também foi convidado do X Festival Internacional de Beja, que iniciou em 31 de maio passado e se encerrou em dia 15 de junho, onde autografou e debateu sobre a cena atual dos quadrinhos brasileiros, ao lado dos autores André Diniz, Laudo Ferreira e Klévisson Viana. Lá, ele também abriu sua primeira exposição internacional: “A Quadrinhofilia de José Aguiar”, com uma seleção de seus trabalhos mais recentes. “Eu já havia feito algumas capas para uma série da Kingpin Books, um selo que está se destacando na publicação de novos autores portugueses. Mas não tinha uma relação muito próxima com os autores de lá que, inexplicavelmente, não chegam ao Brasil. Por outro lado, os portugueses conhecem muito do que é feito no Brasil. Neste ano, o diretor de Beja, Paulo Monteiro, enfim teve o seu belo livro, O Amor Infinito Que Tenho Por Você, publicado no Brasil. Espero que seja o início de uma relação bilateral contínua. Mas é garantido que ano que vem, a invasão brasileira vai continuar em terras lusitanas. Em Beja, encontrei o festival mais informal e carinhoso que jamais imaginei existir”, explica Aguiar. O artista foi recentemente indicado ao Troféu HQMIX, como melhor roteirista, por sua HQ Folheteen: direto ao ponto e também pela curadoria do CENA HQ, que concorre na categoria Adaptação para outras linguagens. Aguiar é um quadrinista com várias obras publicadas no Brasil, entre elas: Ato 5, Revolta de Canudos, Dom Casmurro em Quadrinhos, MSP50, entre outras. Na França, foi desenhista dos dois volumes de Ernie Adams, pela Paquet. Publica as tiras Nada Com Coisa Alguma no jornal Gazeta do Povo e também as tiras Folheteen, no Guia Curitiba a. É um dos criadores e curadores do Cena HQ, evento que realiza leituras dramáticas de HQs no Teatro da Caixa. Foi curador e cocriador da Gibicon, Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba. Sua editora independente, a Quadrinhofilia, lançará em julho o inédito Vigor Mortis Comics 2 – sangue, suor e nanquim. A seguir, veja alguns registros enviados ao Tujaviu, diretamente do Lyon BD, por Aguiar. O primeira exibe o desenhista ao lado de Anne-Claire Jouvray, colorista de Ernie Adams. No segundo, José Aguiar está acompanhado de Lewis Trondhein, roteirista de Spirou: Panique en Atlantique e de outros importantes títulos de HQs franco-belgas. Na terceira imagem, Mathieu Diez, diretor do evento, aparece agachado à esquerda de José. Para encerrar, confira também uma belíssima geral do festival e, por último, pranchas de Aguiar que fazem parte de mostra dedicada a ele. Para saber mais sobre o autor, acesse: www.quadrinhofilia.com.br
Por PH, a partir de fotos e texto fornecidos por José Aguiar.
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