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Na terceira aventura de Léonid Beaudragon, “Le Scaphandrier du Lundi”, herói criado por Didier Savard enfrenta monstro das profundezas

Escrito por PH

MQAAAALéonid Beaudragon é um obstinado investigador do sobrenatural que caça fantasmas pelo mundo. Em suas sinistras aventuras, ele é ajudado pela fiel assistente, a Senhorita Sonia-Solange, jovem que também é chamada de So. Sonia costuma se vangloriar por ser indispensável ao sucesso profissional de seu amado chefe. Na primeira história de Léonid Beaudragon, Le Fantôme du Mandchou Fou (1986), Léonid parte em busca de um espectro chinês que vive numa casa abandonada em Paris. Na segunda, La Nuit des Totems (1990), nosso herói viaja ao Canadá, mais precisamente para Quebec, com o objetivo de enfrentar um espírito vingativo de um índio. Finalmente, em seu último tomo conhecido, de 1992, Le Scaphandrier du Lundi (O Escafandrista da Segunda), o detetive paranormal Léonid Beaudragon ganha do amigo Von Spitzhelm, alemão que acaba de montar uma companhia aérea, milhas aéreas equivalentes a três vezes o diâmetro do planeta Terra. Qualquer um ficaria feliz com uma oferta dessas e começaria a desfrutar do presente. O problema é que Léonid tem um terrível trauma que o impede de subir em avião. Para resolver o problema, ligado à infância, começa a frequentar o consultório do psiquiatra Dr. Jhabuse. Sem contar para ninguém, ele vai ao lugar, duas vezes por semana, inclusive às segundas. Flagrado por sua secretária Sônia Solange, que fica surpresa com a nova terapia de seu patrão, ele mal tem tempo para vencer a sua dificuldade com as alturas. Os dois partem a bordo de um clássico automóvel Morgan para resolver o estranho caso da Floresta de Broceliande, área que foi inteiramente cortada, ficando parecida com os tradicionais jardins franceses de desenhos geométricos. O lugar fica na Bretanha, onde encontram Gratteloup de La Buissonnnière. Ex-militar e pintor nas horas vagas, ele tem um castelo de estilo inglês na região. Estranhamente, as árvores e demais plantas de sua propriedade não foram afetadas. As suspeitas deste crime ambiental recaem sobre o Grande Cortador Fantasma, um misterioso objeto voador que é sempre visto naquela área, ceifando as plantas, e que em breve passará a esculpir rochedos da zona costeira. A história acaba mudando para a Nova Bretanha, na Papuásia, Nova Guiné, destino que levará Beudragon a finalmente subir no hidroavião do colega Von Spitzhelm. Lá, Bedragon, Sonia-Solange e o próprio Spitzhelm tentarão chegar ao porto de Kékéréma, onde Gratteloup escondeu pedras de origem vulcânica que contém ouro puro em seu interior. Muitos desafios aguardam o grupo, em busca deste tesouro, inclusive um gigantesco Peixe-Boi fêmea que poderá se apaixonar por Beaudragon. Para quem não sabe, Léonid Beaudragon é obra do desenhista francês Didier Savard, o mesmo criador do detetive Dick Hérisson. Beaudragon surgiu de uma parceria com o roteirista Jean-Claude Forest, responsável pela série Barbarella. Savard nasceu em 1950 e é um grande representante do estilo Ligne Claire, jeito de fazer quadrinhos que foi bastante popularizado por Hergé, o pai de Tintin. Le Scaphandrier du Lundi foi editado por Alpen Publishers, selo ligado a Les Humanoïdes Associés, e nunca foi traduzido para o português. Beaudragon é o herói de nariz grande e cabelo vermelho que aparece abaixo com equipamento de mergulho, tentando recolocar sua máscara. Este álbum que é tema da matéria foi conferido em viagens pelo metrô carioca.

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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