"O Tempo Perdido Vol. 1", de Vink e Rodolphe, é um dos ótimos álbuns em quadrinhos que chegam em maio na Europa

Para o dia 15 de maio, na França, é aguardada a publicação de “Le Temps Perdu Tome 1”, quadrinho que tem os lindos desenhos, que mais parecem pinturas, de Vink. O roteiro é assinado por Rodolphe, maior parceiro do desenhista brasileiro Leo. A HQ sarái pelo editor DANIEL MAGHEN, se enquadrando no gênero de aventura histórica. Com capa dura e 80 páginas coloridas, a edição custará 18,00 €. É mais uma daquelas publicações que gostaríamos de ver traduzidas para o português. Em sua trama, um desenhista, em retorno de viagem a um festival de quadrinhos, pára num hotel na beira de uma estrada movimentada, com o objetivo de passar a noite. Exausto, ele vai direto para a cama, cuja decoração simples se resume a uma gravura colocada em cima deste leito. Intrigado com a ilustração, o viajante se aproxima, estende os braços em sua direção e vê seus dedos atravessarem o quadro. Logo, seu corpo inteiro é projetado para um mundo completamente louco, mas absurdamente familiar a ele, já que lembra a sua infância. Nele, os soldados saem da terra como cogumelos, as casas tem raízes e é possível escutar dentro de conchas, mais do que o barulho do mar. Nelas, dá para ouvir os desesperados gritos de náufragos. Depois dessa primeira noite, o artista só pensará em retornar à vida que deixou do outro lado da gravura. Com um certo toque de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll, trata-se de uma obra que passeia pelo fantástico e imaginário. O quadrinho mostra que dois universos, por mais diversos que sejam, podem guardar várias semelhanças entre si e que os sonhos, às vezes, são fornecedores de soluções para muitos problemas. Rodolphe é um dos mais respeitados roteiristas franceses. Para o amigo Leo, escreveu o texto de: “Trent”, “Os Mundos de Aldebaran”, “Betelgeuse”, “Antares”, “Kenya” e “La Porte de Brasenac”. Quanto ao desenhista da HQ, Vink é o autor de “Le Moine Fou” e de “Les Voyages de He Pao”. Veterano do extinto Jornal Tintin, sua arte é mais próxima do trabalho de ilustração, dando um incrível realismo a seus desenhos e uma lírica expressão facial a seus personagens.