Nos últimos tempos, muitos aspectos se alteraram em nosso mercado de quadrinhos. A mudança mais significante foi a presença de uma maior quantidade de HQs destinadas a adultos e confeccionadas com maior capricho. Boa parte deste material acaba não indo parar em bancas de jornal, sendo distribuído em livrarias. Reconheço o fato de que isto dá um certo status a alguns quadrinhos, elevando-os a um patamar superior, não necessariamente associado a itens infantis do gênero. O problema é que, de maneira geral, tem muita gente em nosso país que nem sabe que existem seções de HQs em livrarias. Este segmento de leitores costuma frequentar apenas o jornaleiro, em busca de de gibis e afins. Isto, sem falar nos que não leem HQs e que poderiam entrar em contato com um novo mundo editorial. Se este público também tivesse acesso aos álbuns e graphic novels que existem em lugares como Saraiva, Cultura, Travessa e outras redes similares, poderia passar a adquirir este tipo de material, mais sofisticado, com o qual não está acostumado. Para fazer com que sua produção chegue às bancas do Brasil, as editoras dependem da DINAP, Distribuidora Nacional de Publicações, empresa de distribuição e comercialização do Grupo Abril, que faz com que uma quantidade inimaginável de impressos desembarquem em 32 mil pontos de venda do país. Não sabemos como são as regras que definem quem está dentro ou fora deste processo, mas imaginamos quem poderia passar a fazer parte dele. Tomando o exemplo da Editora Nemo, a que mais investe em títulos europeus bacanas e que dá um acabamento primoroso às tiragens de quadrinhos que tira do prelo, já imaginamos seus produtos em bancas de jornal. Antecipando este meu desejo e o de vários leitores, peguei uma câmera e fotografei algumas das edições da Nemo, num jornaleiro, simulando a sua venda neste tipo de estabelecimento comercial. O resultado você confere nas imagens abaixo. Não seria ótimo, ver obras de Moebius, Hugo Pratt, Enki Bilal e de outros desenhistas europeus renomados em cada esquina, tornando-as mais populares entre os leitores brasileiros? Agradecemos a um simpático jornaleiro, que preferiu não se identificar, por ter deixado que usássemos sua banca como cenário. Será que, um dia, isto se tornará realidade?
Por Edy Tando
Fotos PH.
Após ler sua resenha pude concluir que compartilhamos da mesma opinião com relação aos quadrinhos em banca de jornal chamaria mais atenção dos leitores que não tem contato com HQs. E tão pouco o hábito de visitar livrarias.