O Sargento Philipp Trent é um policial da Royale, Real Polícia Montada do Canadá, e tem suas aventuras se passando no começo do século XX. Nosso herói optou por uma vida de arriscadas missões solitárias, pelo vasto território canadense, após ter sido abandonado por Janet, a antiga esposa, figura do passado que ele parece não esquecer. Em L’Homme Mort, a primeira história de que participa, sua missão é a de prender um criminoso procurado pela justiça, por ter assassinato um homem. Em busca do bandido, Trent vaga em meio à neve, nas proximidades do Lago Groggan, desejando um abrigo, antes que congele de frio. Por sorte, acha uma cabana abandonada para passar a noite, ao lado de seu cachorro. Durante a noite, enquanto tenta descansar, ouve o barulho de lobos e de um tiro. Sua função de representante da lei o faz sair, imediatamente, com o objetivo de tentar evitar que alguém vire comida de uma alcateia. Para sua surpresa, é a linda Agnés Saint-Yves, ao lado de um trenó puxado por cães, que está cercada por famintas bestas. Ela tenta se defender, apenas portando uma arma que só tem mais uma bala. Felizmente, Trent consegue espantar os animais e salvar a loura. Já em segurança, ela lhe conta que está procurando pelo meio irmão, André, que partiu para aquela região, em busca de ouro. Implorando por ajuda, ela pede ao tira que a ajude nesta cruzada, mesmo que ele tenha que se desviar, por algum tempo, de sua tarefa inicial. Os dois partem à caça do desaparecido, sem saber que o destino lhes reserva uma estranha surpresa que poderá aproximá-los ou afastá-los. Lançado, em 1991, pela Dargaud, o álbum de partida de Trent não é exatamente um Western, mas tem um certo clima de Faroeste, com a presença de índios norte-americanos, pequenas cidades com saloon, brigas e xerife. Além disso, há um lado misterioso na história, já que Trent é atormentado por estranhos sonhos místicos que se confundem com a realidade. Leo, o desenhista de Trent, é a maneira pela qual o engenheiro e publicitário brasileiro Luiz Eduardo de Oliveira ficou conhecido na Europa. Desde 1981, vivendo na França, optou por ganhar o pão de cada dia com quadrinhos. Depois de colaborar com algumas revistas francesas, atraiu a atenção do roteirista Rodolphe, com o qual produziu oito volumes para a série Trent. No Brasil chegou a ser publicado pela Panini, em 2006, através de Os Mundos de Aldebaran, saga de ficção científica que foi descontinuada pelo editor. Além disso participou das séries: Kenya, Dexter London, Terres Lointaines e Mermaid Project. Leo é, atualmente, um dos artistas de HQs mais famosos da França, apesar de ser quase totalmente desconhecido no Brasil. Já não está na hora de alguma editora brasileira prestar mais atenção a este nosso talento que só encontrou reconhecimento no exterior? O álbum utilizado como referência para a realização desta matéria foi comprado, há muitos anos, na Livraria Francesa, em São Paulo, na Rua Barão de Itapetininga, conforme mostro em foto abaixo, juntamente com outras imagens de Trent: L’Homme Mort. A leitura das 48 páginas desta edição de Trent foi feita em duas viagens pelo metrô carioca. Por um mundo com menos carros nas ruas! Quadrinho é cultura. Divulgue isso!
Por PH.
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A capa é um dos pontos fortes dessa HQ, muito linda ela ao vivo deve ser mais bonita ainda.