Quadrinhos

Conheça o mundo fantasma de Daniel Clowes, um dos melhores autores de HQ da atualidade

Escrito por PH
Se alguém perguntar para a galera do blog, qual é o melhor criador de HQs do momento, não pensaríamos duas vezes, antes de responder que é Daniel Clowes. Só para dar uma ideia de como ele é benquisto no meio, entre os profissionais dos quadrinhos que admiram seu trabalho, está o do artista, ilustrador e mestre do underground, Robert Crumb. Clowes nasceu em Chigago, Estados Unidos, e começou a publicar HQs, em 1989, pela editora Fantagraphics. Tudo se iniciou com a revista Eightball, uma publicação de histórias curtas, de onde surgiu a maioria dos volumes de Daniel que já foram editados em vários países. Algumas dessas pérolas são: Pussey: The Complete saga of Dan Pussey (1994) e David Boring (2000). No Brasil, as obras deste fera da Arte Sequencial estão chegando, aos poucos. Um destes exemplos é Ghost World, de 1987, cuja versão nacional saiu, em 2011, pela Gal Editora. Nesta graphic novel, duas garotas cínicas e muito inteligentes vivem num mundo estranho, engraçado e assustador. Com direito a severas críticas à sociedade e muitos palavrões, foi vencedora do prêmio Ignatz, como Melhor Álbum em Quadrinhos de 1997, além de ter sido eleito, pela Time Magazine, como a oitava melhor HQ de todos os tempos. Ghost Word virou fime, em 2001, com roteiro do próprio Clowes e direção de Terry Zwigoff. Outro prestigiado título de Daniel é Wilson, de 2010, que ganhou uma edição brasileira em 2012. Com a marca da Companhia das Letras, trata-se de um espetáculo à parte e mostra a tragédia que é a vida de um esquisito e calvo homem de meia-idade. Solitário e carente, tem um cão como melhor amigo. Enquanto leva o bichano para passear, ele tenta puxar conversa com os moradores da cidade em que mora. Wilson faz isso em lanchonetes, no ônibus e na rua. As recepções que encontra, nem sempre são muito positivas, fazendo com que ele acabe mandando alguns destes pacatos cidadãos para “aquele lugar”. A vida de Wilson poderá mudar totalmente, quando ele descobrir que tem uma filha adolescente, fruto de sua união com a ex-esposa, companheira da qual está separado há quinze anos. Para quem quiser conhecer mais sobre Daniel Clowes, indicamos um livro que estamos lendo, intilulado The Art of Daniel Clowes: Modern Cartoonist, do selo nova-iorquino Abrams Comicarts. Achado nas prateleiras da recém-inaugurada Livraria Cultura, no Rio de Janeiro, ele conta a história do cartunista, começando com uma generosa introdução de George Meyer e continuando com ricos textos de Chris Ware, Ray Pride, Ken Parille e Susan Miller. O melhor de tudo é a entrevista com Daniel, realizada por Kristine McKenna. Nela, o desenhista mostra todo o jeito tímido e arredio, que carrega desde a infância e adolescência, e se revela um talento que consegue fazer graça das injustiças da vida. Repleto de ilustrações e pranchas desenhadas por Daniel Clowes, a edição é recomendada para os amantes da Nona Arte que desejarem conhecer um dos mais importantes nomes da HQ que já apareceu por este planeta. O exemplar, editado por Alvin Buenaventura, é muito luxuoso, tem capa dura e custa, lá fora, quarenta dólares. As fotos, a seguir, mostram a capa do livro, detalhe de seu interior, Lloyd Llewllyng, um dos famosos personagens de Clowes, um action figure de The Death Ray (2004) e o autorretrato do artista. Além disso, veja as capas de Wilson e Mundo Fantasma.

Por PH, conforme o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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