
Tem graphic novel brasileira na área. Para quem não conhece, novela gráfica, traduzindo para o português, é um quadrinho editado no formato de livro. Na maioria dos casos, ela é vendida em lojas especializadase em livrarias. Procurando se afastar do termo gibi, este tipo de edição é realizado com um esmero maior. O resultado final pode ostentar capa dura e ser impresso em papel especial. Com isso, o tempo gasto para confeccionar esses volumes é bem maior do que o empregado em quadrinhos mensais. Trata-se de um formato amplamente comercializado nos Estados Unidos, mas que tem sua origem na Europa. No Velho Continente, a expressão álbum é mais utilizada para definir a produção local deste gênero de HQ. Sua temática é mais séria e adulta do que a de seus similares que são encontrados em bancas de jornal. Preenchendo todos estes requisitos, está Sabor Brasilis, da Zarabatana Books, que foi escrito por Hector Lima e Pablo Casado e desenhado por Felipe Cunha e George Schall. Com um traço bastante clean e lançando mão do uso de poucas cores, a obra é uma das vencedoras do ProaC (Programa de Ação Cultural e providências correlatas), projeto da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Sabor Brasilis tem o mérito de ser o primeiro quadrinho nacional a focar no universo das novelas brasileiras, mostrando o que acontece nos bastidores do processo de realização de uma das mais queridas atrações da televisão brasileira. A história de Sabor Brasilis é centrada na figura de Antonio Callado, escritor que resolve acabar com a vida de um dos personagens principais da novela que escreve. Como a inesperada decisão pode comprometer os números futuros da pesquisa do Ibope, a equipe do folhetim se vê determinada a resolver o problema a qualquer custo. Eles terão de criar um final coerente para a novela e evitar que o público perca o interesse pela história. Sabor Brasilis tem 128 páginas e está sendo vendida a R$ 45,00. Vale a pena conferir.
Por PH.