Na matéria que fecha o ano, gostaria de agradecer a todos que prestigiaram o site em 2017 e viram a quantidade de nossos vídeos aumentarem exponencialmente, em detrimento de matérias escritas. Não temos mais tempo pra nada! Isto é inegavelmente fruto do aumento de assunto pra falar, tendo em vista que o mercado de quadrinhos no Brasil se alterou radicalmente em apenas um ano, com editoras que passaram a lançar títulos inimagináveis por aqui.
Até o mangá ganhou títulos mais adultos, inconcebíveis em nosso país nos anos que passaram. Fragmentos do Horror (Junji Ito), da Darkside, e O Homem que passeia (Jiro Taniguchi), da Devir, são exemplos dos tempos efervescentes que vivemos! Neste panorama undergroud surrealista, ainda teve a pioneira Nemo, que trouxe o italiano Zerocalcare e a edição comemorativa de vinte anos de Ghost World, de Daniel Clowes.
A Avec Editora, por sua vez, prepara a chegada do tomo dois da holandesa January Jones, O Crânio de Mkwawa, e anunciou recentemente o lançamento do carismático quadrinho finlandês Agnès, de Kati Närhi, contando a história de uma órfã, cujos pais desapareceram misteriosamente nas Catacumbas de Paris. Ela mora com a avó na cidadezinha de Planctonville, onde coisas muito estranhas acontecem, incluindo as atividades secretas do farmacêutico do vilarejo e os negócios estranhos realizados numa loja de lingerie fina. Não se assuste! Agnès tem uma das bocas mais sujas dos quadrinhos! South Park que se cuide!
É só ver Agnès, para enxergar em seu traço uma proximidade com o visual de Wandinha, da Família Adams. O clima sombrio da história também ajudada a aumentar esta sensação!
E pela Mythos, desembarcará um incrível título de Dark Fantasy, que eu traduzo nesse momento, cujo visual me lembra quadrinhos que eu lia na antiga revista Heavy Metal. Assim que bati o olho neste material, me veio à cabeça o brilhante Richard Corben. A arte de Orks se assemelha aquele aspecto aerografado e cheio de volume de Corben!
Orks tem a autoria de Nicolas Guénet (desenhos) e Nicolas Tackian (texto) e saiu na França pela Soleil. Seus dois volumes serão colocados num integral em capa dura que se soma a Elric, Red Skin, O Fio da Navalha, A Guerra dos Mundos e A Noite dos Mortos-Vivos. Os três últimos citados tiveram a minha tradução. Obrigado, Júlio Monteiro!
Em Orks, os humanos e seu deus, O Único, estão em confronto com os antigos povos do mundo. A Floresta Primordial, último vestígio de um continente inteiramente dominado pelos humanos, é o refúgio de Orks e Elfos, dois grupos nativos que lutam para conservar suas tradições e identidade. E esse jogo é essencialmente político e econômico, já que a mata contém riquezas que alimentam a ganância de dinastias de riquíssimos barões. A sabedoria do povo Ork será suficiente para resolver a situação e alterar a ordem das coisas, num mundo que tende a massacrar aqueles que tendem a se opor contra ele? A esperança de mudanças está justamente no coração dos homens e dos Orks! E eles só precisam de uma chance para reverter tudo!
Nesta semana, assistindo a BRIGHT, filme estrelado por Will Smith, Joel Edgerton e Noomi Rapace, vi o quanto o tema Ork está em alta!
Vida longa à nova mentalidade editorial brasileira! Feliz 2018! E seja igualmente bem-vindo aos novos vídeos sobre colecionáveis clássicos do Tujaviu, que passarão a conviver com aqueles sobre HQs. Não dá pra deixar de lado o passado TOP TV deste que escreve o texto!
Por PH.