Quadrinhos

Exploramos a primeira parte da saga de Mickey Maltese, homenagem dos italianos Brunno Enna e Giorgio Cavazanno a Hugo Pratt

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Escrito por PH

DSC_0125Editado mais recentemente no Brasil pela NemoCorto Maltese está ganhando uma sensacional homenagem no país, via Editora Abril. Entre junho e julho de 2017, a empresa detentora de direitos da Disney no país publica as revistas Mickey, respectivamente 898 e 899, reverenciando o personagem criado pelo desenhista e argumentista italiano Hugo Pratt.

Trata-se de HQs produzidas na Itália, onde o rato mais famoso dos quadrinhos e desenhos animados é chamado de Topolino.

Esses dois números especiais, cujo título original é Una Ballata del Topo Salato (A Balada da Água Salgada, em português), tem roteiro de Brunno Enna, arte de Giorgio Cavazanno e aproveitam para comemorar os cinquenta anos de existência desse emblemático marinheiro da banda desenhada. O fumetti coincide também com  o quinquagésimo aniversário de trabalho de Cavazzano na Disney e faz uma paródia ao álbum de Corto MalteseA Balada do Mar Salgado.

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Não é novidade que as edições de Mickey glorifiquem importantes figuras da BD e do fumetti, como já fizeram com Tintin, Asterix e Dylan Dog.

O grande problema, pelo menos no Rio de Janeiro, é encontrar a HQ. Na Zona Sul, encontrei apenas duas em Copacabana e fui informado que outras foram achadas num jornaleiro no Leme. No Centro da cidade, simplesmente não há!

É triste, quando tudo o que gostamos em termos de quadrinhos ligados à BD sejam tão difíceis de serem conseguidos! É assim, com títulos que saem em Portugal, com as série figuras de Tintin: A Coleção Oficial e por aí vai! Colecionador de HQs europeias no Brasil sofre!

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Tirando o lado ruim dessa situação, esse gibi é bem legal e tem trama iniciando com Mickey vagando amarrado à uma pequena jangada no mar, após sua tripulação se amotinar e o jogar no oceano, sendo resgatado pelo navio do Capitão Bafosputin, a versão Maltese do Bafo de Onça. Na embarcação, o rato encontra Minni Dora Groviermoore, filha de um famoso armador de cape rat, mantida prisioneira por Bafosputin, depois que o vilão afundou a goleta da jovem. A eles, se juntará mais tarde Patetarao, um nativo Maor, cujo povo se orienta pela trajetória de albatrozes e salmões. Depois do navio do Bafo ser destruído pelo submarino terrível, Orangünter, Mickey Maltese, Minni Dora e Patetarao conseguem se salvar e, depois de passarem por uma tempestade em alto-mar, são lançados numa ilha habitada pelos Ratuas. O resto, eu não vou contar! IAC! No fim, o leitor poderá conferir farto material em fotos e texto sobre Mickey Maltese, além de entrevistas com Bruno Enna e Giorgio Cavazanno.

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Antes de mostrar mais fotos dessa maravilha, relato um pouco da história do personagem Corto Maltese e a respeito de seu criador.

O herói Corto Maltese nasceu no ano de 1877 em Malta, uma ilha que pertenceu à Inglaterra, até 1964. Sua nacionalidade é, portanto, britânica. Filho da bela e célebre Niña de Gibraltar e de um homem do mar, ele cresceu num ambiente de magia, fruto da descendência cigana da mãe, e influenciado pelo lado aventureiro do pai, originário de uma terra de piratas. Assim, Corto passou parte de sua infância e adolescência a consumir romances de aventuras. Quando tinha por volta de vinte anos de idade, partiu sozinho para vivenciar sua própria história, profundamente embalada pelo conteúdo que absorveu dos livros que leu. Logo, conheceu Rasputin, desertor do exército russo, que se tornaria um personagem chave em suas tramas.

Em relação ao pai de Corto, Hugo Pratt nasceu em 1927 e faleceu, em 1995, na Suíça. Por aqui, Pratt já é conhecido por algumas publicações nacionais de Corto Maltese e pelo álbum HP e Giuseppe Bergman, de 1983, de autoria de Milo Manara, no qual Hugo participa da narrativa. A carreira de Pratt no mundo das HQs começou em 1945. Somente em 1967, ele criaria Corto Maltese, cuja primeira aparição solo se deu justamente na história A Balada do Mar Salgado, editada na revista Sgt. Kirk e idealizada por ele e por um amigo. Desde os anos 1970, surgiram bem cuidados títulos de Corto Maltese pela editora francesa Casterman e através de outros selos editoriais internacionais. No Brasil, teve material em preto e branco sob a marca da Pixel Media.

Cada um dos Mickey Maltese da Abril tem 52 páginas e preço de R$ 4,50. O segundo número não foi publicado ainda.

Por PH.

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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