Comemorando os 70 anos de criação de Blake e Mortimer em 1946, por Edgar Pierre Jacobs, uma nova aventura dos personagens chegou no fim do ano às livrarias europeias, roteirizada por Yves Sentes e desenhada por André Juillard. A dupla está por trás de sucessos repaginados anteriores de Blake e Mortimer, como: La Machination Voronov, Les Sarcophages du 6e continent, Le Sanctuaire du Gondwana, Le Serment des cinq Lords et Le Bâton de Plutarque.
A trama de Le Testament de William S. (O Testamento de William S.) gira em torno de William Shakespeare, famoso escritor, poeta e dramaturgo inglês que julga-se ter nascido por volta de 1564. Ele seria o responsável por Macbeth, Hamlet e Romeu e Julieta. O emprego do verbo ter no condicional justifica-se pela enorme quantidade de dúvidas que paira até hoje sobre a sua verdadeira identidade e real autoria de uma vasta e genial obra que muitos acreditam não poder ser creditada a uma única pessoa. Há, inclusive, os que pensam que Shakespeare poderia ter sido uma mulher. Além de todas essas hipóteses, a escassez de dados sobre sua origem, infância, educação e vida pessoal ajudam a manter a polêmica. Quem teria sido ele ou ela, de fato?
Dessa vez, Sir Fancis Blake e Philip Mortimer começam a sua aventura na Inglaterra, onde um bando de jovens bandidos usando bengalas decoradas com cabeças de animais provoca o terror em Londres, assaltando violentamente a burguesia local que se aventura em passear à noite pelos belos parques da cidade.
Enquanto isso, em Veneza, um acidente noturno com um navio que perde o controle leva à descoberta de uma antiga carta de 400 anos, escrita por um antepassado do Marquês Guillermo Da Spiri. A relíquia de família, escondida há séculos num cômodo desconhecido da casa do nobre, traz enigmas e convidam os que a acharam a esclarecer o mistério que paira em relação a Shakespeare. Nessa mesma noite, alguém tenta roubar o precioso documento. Da Spiri decide então enviar uma cópia a um especialista em Londres, pelo seu mordomo, para que seja autenticada, mas o material é roubado. Felizmente, os originais são despachados pelo correio para seu amigo, Francis Blake.
Para elucidar o caso, Mortimer viajará acompanhado pela linda Elisabeth McKenzie, filha de Sarah Summertown, uma especialista em Shakespeare com a qual já teve um antigo caso na Índia, a bordo do carro da moça, um clássico automóvel Austin rosa. Os dois irão até o Norte da Itália, passando por Veneza, Verona e Ravena, seguindo as pistas fornecidas pelo secular documento encontrado recentemente. A dupla ainda trocará de automóvel no percurso, desfilando em uma linda Ferrari Testarossa.
Em jogo, está um fortuna de cerca de dez milhões de libras para quem chegar primeiro à verdade sobre William Shakeaspeare.
E como não poderia deixar de ser, o vilão Olrik tem uma malígna participação no argumento de Yves Sentes, considerado fraco pelos Bedéfilos de plantão. Eu gostei da trama e adorei a solução criativa proposta pelo escritor, que explicaria como Shakeaspeare, um rapaz típico do interior, poderia ter tido acesso a um mundo de viagens e cultura, ao qual não pertencia
O Testamento de William S. contou com duas opções de capa em Portugal e uma terceira versão em formato strip na Europa. Le Figaro Magazine começou a pré-publicar a história, em capítulos, a partir do dia 11 de julho de 2016.
Por coincidência, a nova aventura de Asterix (Asterix e a Transitálica) também se passará na Itália! O quadrinho do pequeno gaulês sai no final de 2017 na França e no começo de 2018 no Brasil!
Por PH.
