Segundo o site https://drauziovarella.com.br, Púrpura é uma doença autoimune que se caracteriza pela destruição das plaquetas, células produzidas na medula óssea e ligadas ao processo de coagulação inicial do sangue.
E essa foi a moléstia “incurável” que foi contraída em 1952, no interior de Angola, pela avó do escritor Pedro Cirne, que apesar do diagnóstico agressivo, viveu muito tempo para contar as histórias das quais foi protagonista em Portugal e no Brasil.
Animado com essa premissa, de que de podemos superar e adiar infortúnios, inclusive o fim inevitável de nossa existência, e com uma vontade incrível de conhecer e falar sobre o mundo lusófono, o autor realizou essa obra que se passa em diversos países do mundo em que se fala o português, passando por Portugal Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné Bissau, Brasil, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola.
Ganhador da bolsa Criar Lusófona, do Centro Nacional de Cultura Português, Pedro nos conta histórias em que a temática e a cor púrpura estão presentes, mas não no sentido exato e negativo da palavra em si. Nesse álbum, Cirne dá uma nova e abrangente conotação ao termo.
E todas as pranchas ficaram belíssimas, na minha opinião, inspiradas na pegada gráfica dos irmãos Gilbert Hernandez e Jaime Hernandez, criadores de Love and Rockets.
A HQ apresenta a rica arte de Mário César, que deixou cada uma de suas páginas impregnada da cor púrpura.
Desenhistas de cada um dos países em que se passa a trama contribuíram com ilustrações que ajudam o quadrinho a ficar ainda mais interessante e moderno.
Além disso, há uma galeria com outras ilustrações de artistas no final do álbum, incluindo uma da francesa Elodie Lacaze, apaixonada pelo Rio de Janeiro e sua música.
Púrpura leva ao leitor a um fascinante mundo lusófono, com sotaque e costumes diferentes, ao qual, deveríamos estar mais integrados.
Gostei muito dessa leitura! Recomendo!
A seguir, veja a capa e o visual sedutor de Púrpura!
Por PH.