E hoje, posto resenha de O Frade (El Padre), volume sete da recente coleção de Os Túnicas Azuis que saiu no dia 21 de dezembro de 2016, distribuído com o jornal Público, em parceria com as lusitanas Edições Asa. Em Portugal, lembro que a série já havia saído pela Edinter nos anos 1980. Na Bélgica, a história foi pré-publicada originalmente na revista Spirou, circulando depois na forma de álbum em francês, no ano de 1981, como o tomo 28 da série.
Para quem não conhece essa saga Faroeste que é o paraíso para os amantes do gênero e que tiveram um Forte-Apache na infância, ela teve uma curta vida editorial no Brasil, quando esteve nas prateleiras das livrarias com a marca da Martins Fontes, ainda na década de 1980.
De autoria de Raoul Cauvin (roteiro) e Louis Salvérius (arte), Os Túnicas Azuis são muito queridos pelo público leitor franco-belga, geralmente associados a Lucky Luke, em virtude de seu visual semelhante e época em que se desenrola a história, a segunda metade do século XIX. Foram justamente Os Túnicas Azuis que substituíram Lucky Luke, quando esse deixou de figurar nas páginas da revista Spirou.
O tema dessa BD tem a ver com os pioneiros soldados da Cavalaria dos Estados Unidos que estavam sempre em confronto com os índios Peles-Vermelhas e com os Sulistas, durante a Guerra Civil Americana. Seus protagonistas são o Sargento Cornelius Chesterfield e o Cabo Blutch.
Em O Frade, o Sargento Chesterfield e o Cabo Blutch são perseguidos pelos Confederados, no Sul, e a única opção que tem para fugir é cruzar o Rio Grande, que faz fronteira entre Estados Unidos e México, e se refugiarem no país vizinho. Ao encontrarem uma carroça abandonada, ao lado dos corpos de um frade e de um camponês, nossos heróis se apoderam de suas roupas para se disfarçarem. Chesterfield toma o lugar do religioso e Blutch, agora todo de branco, se passa pelo mexicano que acompanhava o padre.
Sem poder retornar a seu lar, Chesterfield e Blutch pretendem passar despercebidos no México, mas são interceptados por um grupo de índios sanguinários que querem matá-los. Na última hora, são salvos por um bando de malfeitores, chefiados pelo inescrupuloso Diaz, que mantém uma relação de parceria com Jacomino, o chefe dos selvagens. Na verdade, a dupla só é resgatada da morte certa, pois Diaz tem planos para que Chesterfield substitua o antigo frade do vilarejo que aterroriza, assassinado pelos índios. Sem nunca ter celebrado uma missa sequer, o falso sacerdote é logo desmascarado pelo sacristão da igreja, que decide não entregá-lo a seus algozes, juntamente com Blutch. Ao invés disso, conta com nossos amigos para livrar sua cidadezinha de vez de Diaz e de sua quadrilha de bandidos e nativos associados.
Um dos momentos mais engraçados da HQ acontece logo no início da narrativa, quando Blutch tem que produzir uma coroinha instantânea no cabelo de Chesterfild, usando uma faca, para que a aparência de clérigo de seu superior seja absolutamente crível. O engraçado buraco em sua cabeça provocará risos ao longo de todo o quadrinho.
Adorei! Aguardo agora a chegada de mais álbuns de Os Túnicas Azuis que virão diretamente de Portugal. São 15 no total!
Até a próxima!