Obra Linha Clara do desenhista Alain Goffin, que se encontrava fora de catálogo, Le Réseau Madou (A Rede Madou) ganha nova edição em março de 2017.
Trata-se de um quadrinho de 1982, de Rivière e Floc’h, que eu consegui há muito tempo na antiga Livraria Leonardo da Vinci, aqui mesmo no Rio de Janeiro. Lembro de ter comprado essa BD pelo equivalente a 43 francos. Ela tem uma pegada que mistura tendências Hergé e Jacobs.
A trama retrô de Le Réseau Madou se passa no mês de dezembro de 1938, em Bruxelas, e narra as aventuras de Thierry Laudacieux, um jovem fã de quadrinhos que costuma ler As Aventuras de Nick e Rudy, série em quadrinhos que ele adora, criada por Eddy Morgan. Tudo começa, quando um estranho entrega um misterioso pacote a Thierry no meio da rua. Um tempo depois, ele descobre que seu vizinho, Isidore Hogier, é na verdade um agente secreto que já trabalhou para o Serviço Secreto Americano em tempos passados. O homem é agora chefe da Madou, uma rede de espionagem. Traído por um de seus membros, pede ajuda a Thierry para ajudá-lo a descobrir quem é esse agente duplo, partindo de uma lista de seis suspeitos.
Le Réseau Madou fez originalmente parte da coleção Un Auteur (À Suivre). Sua narrativa percorre vários pontos de Bruxelas e faz referência a outros, como numa passagem em que Thierry pretende pegar um táxi na Place du Grand Sablon. Carros clássicos, glamour, belas construções, suspense e mistério estão presentes nesse argumento. É um legítimo thriller à moda antiga!
Tanto sua capa, como pranchas, tiveram cores revitalizadas por computador, deixando-as mais fortes e nítidas do que no original. Era tudo era muito claro na primeira BD da Casterman!
Em relação aos autores desse quadrinho, Goffin é um desenhista belga e publicitário que tem poucos álbuns publicados, como os excelentes Plagiat!, Le théorème de Morcom e Le signe de Lucifer. Só o último citado saiu no Brasil! Ele foi professor da Academia de Woluwé Saint Pierre nos anos 1980, antes de trabalhar na Escola de Pesquisas Gráficas de Bruxelas. Goffin possui seu próprio estúdio em Bruxelas, no qual produz campanhas publicitárias e transfere um pouco de sua experiência na banda desenhada para as novas gerações. Apesar de ter escassos títulos disponíveis no mercado, cada uma de suas BDs é uma obra de arte!
Rivière é um roteirista de primeira da banda desenhada franco-belga. Juntamente com o desenhista Floc’h é autor da Trilogia Inglesa de Sir Albany.
La Mine de l’Étoile é o segundo álbum dessa série mítica que nunca chegou ao nosso país. Falarei sobre ele em breve!
A nova edição da história sai agora pela Dargaud. Possui 64 páginas, capa dura, formato de 23,5 x 31 cm e preço de 14,99 €.
Em vídeo que circula no Facebook, o desenhista belga Bernard Hislaire, mais conhecido como Yslaire, conta como conheceu essa BD, que ele chama de calma, refinada e inteligente, Recomendando-a para quem gosta de um grafismo apurado:
https://www.facebook.com/editions.dargaud/videos/10154869974672110/
Abaixo, veja as imagens dessa nova versão da HQ e uma foto em que mostro a minha antiga BD de Le Reseau Madou.
Por PH.
