Já publicada parcialmente através de álbuns portugueses no passado por Editorial Íbis, Livraria Bertrand, Distri, Meribérica e Vitamina BD, a série Bernard Prince faz seu retorno triunfal à terras lusitanas, em 2016, encartado no Jornal Público, Semanalmente, até o dia 27 de janeiro de 2016, 12 álbuns do personagem criado pela dupla Hermann e Greg chegaram às mãos do leitor. O primeiro dessa maravilhosa saga franco-belga foi O General Satã, de 1969, álbum que também inclui a história Os Piratas de Lokanga.
A história desse tomo 1 se passa na África Central, onde Prince, acompanhado por Djinn, aceita a tarefa de recuperar a carga de um avião que caiu na selva. Com a ajuda de Barney Jordan, um marinheiro australiano que Bernard conhece na área, nosso herói consegue chegar ao local do acidente. Mas a misteriosa carga se torna alvo da cobiça de muitos. Na segunda aventura, o trio agora constituído por Bernard Prince, Barney Jordan e Djinn está na Ásia, sendo requisitado pelas autoridades regionais para abastecer de armas e víveres o Forte das Mil Nuvens. O problema é que a fortificação, que é o ponto principal de todo o sistema de segurança costeira, está cercado por um poderoso adversário, conhecido como General Satã!
Infelizmente, como sempre, o material não foi vendido no Brasil! E aí, o jeito é contar com os amigos portugueses! O General Satã e todos os outros desta série custaram, cada um, a bagatela de €5.40. Trata-se de mais uma louvável iniciativa da parceria ASA/Público para os admiradores da banda desenhada clássica. Só não curti a capa mole, embora a impressão e o papel do miolo sejam excelentes!
Por mais estranho que possa soar para os brasileiros, Bernard Prince é um dos mais consagrados heróis dos quadrinhos europeus. Devido a uma peculiar característica de nosso mercado de HQs, não chegou a ficar conhecido por aqui. Apenas alguns seus títulos portugueses desembarcaram no Brasil, entre o final dos anos 1960 e começo da década de 1970, via Portugal. Costumava comprar estas edições na extinta papelaria Casa Mattos e nas livrarias SODILER e SCILIANO! E olha que eu só tinha oito anos de idade nessa época! Por isso, Bernard e outros do gênero são completamente familiares para esse brasileiro que escreve o texto! Fui habituado a isso, desde pequeno, aqui mesmo no Rio de janeiro!
Às vezes, me pergunto se fui criado em uma dimensão paralela ou bolha! O que posso dizer, é que logo que me dei por gente e descobri que existiam quadrinhos enormes, em capa dura, com roteiros magníficos, ambientados em vários locais do mundo e com impressão primorosa, vi que o próximo passo seria o de aprender francês. 40 anos se passaram, desde então! Hoje, falo o idioma com fluência. Devo isso à BD!
E abaixo, veja todas as HQs de Bernard Prince que saíram pela ASA/Público, em foto obtida em https://largodoscorreios.wordpress.com/, e a capa repaginada por Hermann, de O General Satã.
Só para lembrar, em 2016, Hermann, também autor da série Jeremiah, se consagrou como o grande vencedor do Festival de Angoulême, laureado com o Grand Prix du festival d’Angoulême.
Por PH.
