Quadrinhos

A espetacular e surpreendente Uma Morte Horrível está na Retrospectiva Quadrinhos 2016 do Tujaviu!

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Escrito por PH

ggfgNa retrospectiva de quadrinhos 2016, publico algumas matérias sobre quadrinhos que nós amamos nesse ano que passou. Não poderia deixar de fazer parte desse balanço, Uma Morte Horrível, de Pénélope Bagieu, uma das mais surpreendentes HQs que conferimos nos últimos tempos. O título foi tema de um Papo Franco-Belga. Mais recentemente, conseguimos entrevistar a própria autora francesa no Espaço Cultural A Maison, no Rio de Janeiro. Dona de uma simpatia absoluta Pénélope falou conosco em francês sobre esse seu trabalho, carreira e projetos futuros Todos os dois vídeos estão publicados após o texto.

Uma Morte Horrível (Cadavre exquis) é mais uma obra que tem a marca da Editora Nemo, pertencente a uma leva de quadrinhos de jovens autoras que despontam na cena internacional de HQs. Aliás, chamar esta graphic novel de “mais uma” seria uma injustiça irreparável! O fato é que ela é espetacular e, sem sombra de dúvida, um dos melhores lançamentos da Editora Nemo em todos os tempos.

O segredo deste trabalho, publicado originalmente pela francesa Gallimard em 2010, está na criação de personagens carismáticos, absolutamente críveis, e na construção de um habilidoso roteiro que guarda surpresas ao longo da trama. Mesmo com discretas pistas de que o argumento poderá levar o leitor a revelações inimagináveis, caímos como patinhos e somos engolidos pela capacidade da autora de guardar o melhor e o impensável para o fim. Por isso, quando chegamos ao desfecho da história, na página 126, a perplexidade é total! Como é que tudo aquilo aconteceu, bem debaixo de nossos narizes, sem que percebêssemos para onde estávamos sendo conduzidos?

Fica difícil de fazer uma resenha de Uma Morte Horrível, sem liberar algum spoiler, então divulgo apenas uma sinopse básica. Zoé trabalha como recepcionista em eventos e nos é apresentada em um salão de automóveis em Paris. Seu relacionamento vai mal, já que seu companheiro não tem nada do tipo “amante à moda antiga e que manda flores”. Rude e desempregado, não é para Zoé um estereótipo de príncipe encantado. Um belo dia, esta jovem de vinte e poucos anos encontra um escritor famoso, do qual nunca ouviu falar, já que não possui o hábito da leitura e desconhece completamente as facetas desse meio. Para o artista, a ignorância literária de Zoé soa como algo novo e atraente, enquanto para ela, um homem mais velho e inteligente pode significar o passaporte para um novo amor. Os dois acabam se apaixonando e o romance serve de inspiração para que Thomas Rocher volte a escrever como nunca. Daí para a frente, não dá para contar mais nada! O que posso dizer é que Rocher e sua editora, Agathe, escondem um segredo bombástico que mudará para sempre a vida de todos os principais envolvidos na trama.

Pénélope Bagieu se consagrou na internet com o blog Ma vie est tout à fait fascinante, que chegou a ser adaptado para livro. Aos 28 anos, idade que tinha quando publicou Uma Morte Horrível, já tinha milhares de fãs com sua bem humorada Joséphine, webcomic que virou quadrinho pela DELCOURT. 

Cadavre exquis foi seu primeiro argumento longo. Na época, Bagieu disse que o público que a seguia talvez fosse torcer o nariz para a graphic novel, mas que ela não estaria nem aí para isso. Foi justamente o contrário que aconteceu! Uma Morte Horrível virou um sucesso e chega agora ao Brasil com tradução de Fernando Scheibe, capa em brochura, formato de 17 x 24 cm e preço de R$ 39,90.

Até a logomarca da Nemo acompanhou o jeitão despojado desta HQ, aparecendo na capa em forma manuscrita, detalhe que não fugiu a meus atentos olhos!

Comprem! Comprem!

Feliz 2017!

Por PH.

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

1 Comentário

  • Essa HQ da Pénélope Bagieu é sensacional! Quando comprei esperava uma historia meio auto biográfica, mas, no seu desenrolar, teve um ploc twist totalmente inesperado.

    Parabéns pelo site, adoro ler suas considerações sobre as BDs franco-belgas!

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