Em 1976, Hergé tinha 69 anos e finalizava o que viria a ser seu último álbum, Tintin e os Pícaros.
Neste mesmo ano, o documentário Moi, Tintin eternizou momentos inesquecíveis da vida do pai de Tintin em um inesquecível filme.
A produção de 52 minutos foi realizada por Henri Roanne et Gérard Valet, com produção de Pierre Films, Rova Bruxelles e Belvision Paris, e participou da Sélection Hors Compétition do Festival de Cannes em 1977.
No cartaz promocional de época, idealizado para soar como uma capa de HQ, Hergé, Milu e Tintin aparecem em clima de férias, como turistas que partem com malas para viajar. Eles acenam na imagem.
Tintin olha para seu “pai” com espanto, enquanto Milu, entre as duas personalidades, segue feliz com um belo osso na boca.
Moi, Tintin narra o início da carreira do jovem Hergé numa Bruxelas dos anos 1920 e mostra, através das inúmeras aventuras do jovem repórter, a ligação estreita entre o criador e sua galeria de personagens. São citados os célebres e mais importantes assistentes do desenhista, como Edgar Pierre Jacobs, Bob de Moor, Jacques Martin, Roger Leloup, e o reencontro histórico entre Hergé e Zhang Chongren, artista, escultor e um amigo verdadeiro de Hergé. Zhang serviu de inspiração para o personagem Tchang, de O Lótus Azul, Tintin no Tibete e As Jóias da Castafiore. O chinês participa com Hergé de um emocionante programa de TV em que estão em cena os mais célebres autores de BD da época. É de cair o queixo!
Abaixo, numa das cenas da produção, Hergé surge ao lado de seu fiel Bob de Moor, dirigindo um estudo de desenhos.
Destaque para o próprio Hergé, demonstrando como se baseava em suas próprias poses para colocar o Capitão Haddock, Tintin e outras de suas encantadoras figuras de papel em movimento.
O filme chegou a sair em um box espanhol com os desenhos de Tintin da Nelvana e é vendido na França, em um DVD, incluindo alguns extras: O Segredo da Linha Clara, Biografia de Hergé, Cronologia das Aventuras de Tintin e o Diaporama de Autocaricaturas, intitulado Quand Hergé de met en scène.
Não confundir Moi, Tintin com Tintin et Moi, documentário de Anders Østergaard, lançado em 2003, também falando sobre Hergé e sua obra, feito a partir do livro de entrevistas de mesmo nome de Numa Sadoul, publicado em 1975. Este será tema de outro post do Tujaviu. Até a próxima!
Por PH.
Não tinha visto essas imagens.Vocês sempre surpreendendo os leitores.
Tenho um box francês com ambos os filmes!